Após alguns obstáculos encontrados nas obras da Barragem Sul, em Ituporanga, a data prevista para a conclusão dos trabalhos, que antes era em maio, foi alterada para agosto. De acordo com o secretário de Estado da Defesa Civil, Milton Hobus, alguns imprevistos ocasionaram o atraso e o aditivo de R$ 3.155.364,77 na conta da empreiteira.

O aditivo foi autorizado em fevereiro e, segundo Hobus, ocorreu devido a alguns imprevistos encontrados durante a escavação. “A obra tinha um escopo de execução. Durante a execução, o que foi encontrado durante as escavações e tudo mais, sugeriu-se algumas alterações. Então, suprimiu-se algumas coisas de algumas partes e aumentou de outras para poder atingir o objetivo do projeto. Isso são aditivos feitos rigorosamente dentro dos valores unitários da licitação”. O secretário explica que o que havia sido planejado de escavação dentro da planilha da obra, acabou tendo que ser duplicado. “Tem uma planilha de projeto, mas na execução, a escavação duplicou então temos que refazer os cálculos baseados no valor da licitação. Teve uma série de coisas que eles tiveram que alterar na concepção do projeto”, disse.

As obras de sobrelevação da Barragem Sul estão na fase de escavação do túnel do canal extravasor. Hobus conta que a equipe de trabalho encontrou uma parte que não é rocha na parte superior, o que tem dificultado os trabalhos. “Infelizmente encontraram uma parte que não é rocha, é tipo um areião na parte de cima onde estão escavando e não está dando sustentação. Eles começam a escavar e começa a cair, isso está atrasando a obra um pouco, porque tem que ser feita toda uma engenharia para calçar isso para poder continuar escavando para frente. Esse é o problema da barragem de Ituporanga”. A parte da sobrelevação do vertedouro já está pronta e o canal extravasor, assim que concluído, dará melhor capacidade de esvaziamento para a barragem.

Já nas obras da Barragem Oeste, em Taió, que também teve um aditivo de R$ 1.500.675,93 autorizado em fevereiro, os trabalhos da construção da nova comporta já terminaram. “Tínhamos muita preocupação com as chuvas, então foi feita aquela ensecadeira e deu certo. Agora será feita a concretagem da sobrelevação e a crista da barragem também”. Agora os engenheiros responsáveis pelas obras estão atualizando o cronograma, o que deverá também levar em conta o período de chuvas. “Mas deve ser no início do segundo semestre, acredito que até agosto esteja tudo 100% finalizado”, afirmou Hobus.

Municípios terão audiências públicas

O projeto da construção das mini barragens em Mirim Doce, Petrolândia e Braço do Trombudo inicia uma nova etapa nos próximos dias. É que a Defesa Civil autorizou a Fatma a marcar as audiências públicas para discutir as obras com a comunidade agora para o mês de junho.

Quanto à barragem de Pouso Redondo, um estudo feito no Rio das Pombas deve ficar pronto nesta semana e deverá ser discutido com os moradores do município. “Tem outra sugestão que eles deram, mas que é inviável. Eles queriam que fosse mais para cima a barragem, mas daí não tem bacia para captar água e não resolveria de nada a barragem. Então tem esse impasse com Pouso Redondo que nós queremos resolver”, explicou o secretário Milton Hobus.

Hobus destaca que o problema mais grave é com Agrolândia. Segundo o secretário, lá serão feitas as barragens de menor impacto, mas a população tem se mostrado contrária às obras. “Infelizmente lá foi feito um trabalho muito grande com a população para influenciá-los contra a barragem. Estou tentando marcar com o prefeito de Agrolândia, mas ainda não consegui. Nós precisamos concluir o trabalho do levantamento lá na cidade para poder terminar os projetos e fazer a licitação. Tem algumas propriedades lá que as pessoas não deixaram os profissionais entrarem motivadas por esse movimento que foi feito lá, inclusive com a participação do prefeito. Esse é o dilema que nós estamos enfrentando”.

Salto Pilão poderá ter barragem

A Defesa Civil do Estado também realiza um levantamento da calha do rio Itajaí Açu até a região de Salto Pilão, que está em fase de conclusão. De acordo com Hobus, a ideia é aumentar a velocidade do rio até a localidade e depois fazer uma contenção de água. “Estamos fazendo esse cálculo para ver a velocidade que vamos conseguir tirar aqui e quanto isso interfere na ida da água para Blumenau”. O secretário adianta que existe a possibilidade de ser construída mais uma barragem em Ibirama. “Tem uma bacia natural enorme lá, que não é habitada e seria uma interferência mínima. Ali daria para fazer uma barragem para segurar a água e ainda gerar energia. Também seria um regulador da água que vai para Blumenau. Se isso for possível, o ganho vai ser muito grande”.

Caso essa operação na calha do rio seja viável, Hobus afirma que o volume de enchente poderá ser reduzido na mesma proporção ou até mais que a soma de todas as barragens. “O cálculo demonstra cinco metros a menos nas grandes enchentes em Rio do Sul. Não vai mais ter enchente”, destaca.

Diário do Alto Vale