Com o objetivo de fortalecer e profissionalizar a criação de ovinos, o município de Santa Terezinha sedia nos dias 11 e 12 de julho o 1º Encontro de Ovinocultores do Alto Vale do Itajaí. A iniciativa ocorre em meio ao crescimento expressivo da atividade na região, impulsionada pela alta demanda por carne de cordeiro nos grandes centros urbanos.
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O evento será realizado no Parque Mata Nativa e começa na quinta-feira (11), às 14h, com a palestra da produtora Simone Galafassi, que abordará a gestão na ovinocultura. Em seguida, uma mesa redonda reúne casos de sucesso, como o produtor Mauro Rogaski, que trabalha com consórcio de fruticultura e ovinos, e o veterinário Sibonei Duarte, da CooperAliança (PR), que apresentará os benefícios da produção cooperada. O produtor André Michelson, de Rio do Campo, compartilhará sua experiência no confinamento de cordeiros.
André e sua esposa Eliane Jarosz iniciaram a criação de ovinos em 2017 com apenas 10 matrizes. Hoje, a propriedade da família conta com 230 animais, de raças como Texel, Texel NC e Île de France. O foco é a produção de carne, com manejo de pastagem rotacionada e investimento em genética e sanidade animal.
Ao final do primeiro dia, os participantes serão recepcionados com um jantar típico, o Michuim (cordeiro assado no rolete), seguido de apresentações culturais de dança italiana e polonesa, além de roda de viola.
Na sexta-feira (12), a programação segue com palestras técnicas. O veterinário e pecuarista Cesar Henrique Peschel, da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos, falará sobre melhoramento genético. Já o veterinário Daniel de Barros, da Alisul, trará tecnologias para aumento da produtividade.
Na parte da tarde ocorre o Dia de Campo, com quatro estações técnicas: confinamento de cordeiros (Cabana Campo de Pastoreio), padrão de mercado (família Balak), atributos de matrizes (Peschel), e conservação de solo e sobressemeadura com a Epagri.
O encontro é organizado pela Epagri e pela Associação Regional de Criadores de Ovinos do Alto Vale do Itajaí, com apoio de diversas entidades. O extensionista Osnei Cordova Muniz, da Epagri, destaca que a ovinocultura deixou de ser uma atividade secundária e vem ganhando espaço na região.
“Em 2022, o Alto Vale tinha cerca de 1.250 cordeiros. Em 2024, esse número saltou para 5 mil e a expectativa é fechar 2025 com cerca de 7 mil animais”, afirma.
A região conta atualmente com produtores capacitados, acesso a linhas de crédito e propriedades modelo em expansão. A expectativa, segundo Osnei, é que o Alto Vale se torne referência na produção de ovinos em Santa Catarina nos próximos cinco anos.