Agricultura

Frio e umidade exigem atenção redobrada no manejo das mudas de tabaco

Engenheiro agrônomo da ProfiGen do Brasil alerta sobre crescimento lento das mudas e risco de doenças como pítion e rhizoctonia na safra 2025/2026

Frio e umidade exigem atenção redobrada no manejo das mudas de tabaco Fumilcultores do Brasil

A safra 2025/2026 de tabaco está em andamento e exige atenção especial dos produtores neste início de ciclo. Em entrevista à Rádio Sintonia, o engenheiro agrônomo Nirlei Joacir Storch, da empresa ProfiGen do Brasil, uma das maiores produtoras de sementes de tabaco do país, destacou os cuidados necessários nesta fase de produção de mudas.

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Com o frio intenso e o excesso de chuvas, muitos agricultores têm relatado crescimento lento das mudas. Nirlei explica que isso é normal em períodos com baixa insolação e temperaturas mais amenas, mas faz um alerta: “O produtor deve evitar o excesso de adubação, que pode queimar as mudas. A adubação precisa ser equilibrada para garantir resistência ao frio sem comprometer o desenvolvimento das plantas.”

Doenças preocupam produtores

Entre os principais problemas enfrentados nos canteiros estão duas doenças muito frequentes: pítionrhizoctonia — esta última, conhecida popularmente como antracnose.

O pítion se manifesta em manchas com mudas amareladas, levando à murcha e à morte das plantas. Já a rhizoctonia provoca o apodrecimento das folhas e o tombamento das mudas, principalmente em períodos nublados e com pouca luz solar.

Para prevenir essas doenças, a recomendação é seguir o calendário de aplicação preventiva de fungicidas fornecido pelas empresas fumageiras. O agrônomo reforça ainda o uso obrigatório de EPIs (equipamentos de proteção individual) durante o manuseio de defensivos agrícolas.

Dicas para um canteiro saudável

Nirlei resume os principais cuidados para o sucesso na produção de mudas:

  • Evitar semeadura em períodos de frio extremo;

  • Proteger e fechar os canteiros cedo para reter o calor;

  • Não transplantar mudas em dias com previsão de geada;

  • Usar insumos recomendados para cada fase da cultura;

  • Fazer irrigação e aplicação de produtos preferencialmente ao meio-dia;

  • Observar diariamente sinais de doenças ou salinização;

  • Manter o nível ideal de água nas bandejas do sistema floating;

  • Corrigir salinização com irrigação superficial, quando necessário.

Ele alerta que mudas com desenvolvimento irregular, folhas espessas, descoloração ou presença de pelos escurecidos podem indicar excesso de sais. “É comum confundir com falta de adubo, mas às vezes é o contrário: excesso acumulado na superfície”, explica.

A recomendação final é clara: em caso de dúvida, procure um técnico agrícola ou engenheiro agrônomo de confiança, que poderá orientar o manejo adequado e garantir a segurança e produtividade da lavoura.

Ouça a reportagem na íntegra com Jean Carlos:

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