Uma pesquisa realizada pelo Datafolha mostrou que a maioria dos brasileiros é contrária ao direito de presidentes se reelegerem no país. Divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo nesta terça-feira (23), o estudo entrevistou 2.840 pessoas em 174 municípios, e tem margem de erro de dois pontos percentuais.

Dez anos depois do primeiro, o terceiro levantamento realizado pelo órgão sobre o tema mostra números muito diferentes dos anteriores. Enquanto 67% são atualmente contra a reeleição de presidentes, 30% são favoráveis e 3% não sabem. Segundo a Folha, a opinião sobre a reeleição de governadores e prefeitos é quase idêntica.

Na primeira pesquisa, realizada em 2005, um ano antes de Lula tentar a reeleição, 65% dos brasileiros eram a favor da norma que permite a disputa por um novo mandato à Presidência, enquanto apenas 33% eram contra e 3% não sabiam.

Em 2007, já com Lula reeleito, um segundo estudo mostrava que o percentual de favoráveis caiu, mas continuava majoritário: 58% defendiam a reeleição, 39% condenavam e 3% não sabiam.

No fim de maio, o plenário da Câmara aprovou o fim da reeleição para cargos executivos com 452 votos a favor e apenas 19 contra. A medida, porém, não atinge os prefeitos eleitos em 2012 e os governadores eleitos no ano passado. Para entrar em vigor, a emenda precisa ser aprovada em segundo turno na Câmara e, depois, passar no Senado.

O Datafolha também avaliou a opinião dos entrevistados sobre o voto obrigatório, cuja rejeição bateu recorde na série de pesquisas sobre o assunto. 66% se declararam contrários à obrigatoriedade do voto, 32% se disseram favoráveis, 1%, indiferente, e 1% não sabe. No último levantamento, em outubro de 2014, 54% eram contra e 41%, a favor.

A pesquisa também abordou a alteração do tempo de mandato para os cargos eletivos, que atualmente é de quatro anos, com exceção de senadores, que têm mandato de oito anos. 53% dos entrevistados são a favor de cinco anos para todos os cargos políticos, enquanto 42% são conta, 3% são indiferentes e 2% não sabem.

O Datafolha entrevistou 2.840 pessoas nos dias 17 e 18 de junho. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos.

O Globo