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Bispo da Diocese de Rio do Sul relembra encontro pessoalmente com Papa Francisco

Líder da Igreja Católica é lembrado por bispo como símbolo de humildade, diálogo e amor aos pobres

Bispo da Diocese de Rio do Sul relembra encontro pessoalmente com Papa Francisco Papa Francisco. Foto: Reprodução / Notícias de Coimbra

O Papa Francisco faleceu aos 88 anos na manhã de segunda-feira (21), durante o feriado de Tiradentes. O pontífice argentino, primeiro latino-americano a liderar a Igreja Católica, ocupou o cargo por doze anos e ficou marcado por uma trajetória de simplicidade, empatia e compromisso com os mais vulneráveis.

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O bispo diocesano de Rio do Sul, dom Adalberto Donadelli Júnior, falou à Rádio Sintonia sobre o legado deixado pelo Papa. “Francisco conquistou o coração do mundo. Foi um homem extremamente humano e sensível”, destacou o bispo.

 

Simplicidade até o fim

Conhecido por seu estilo de vida austero, o Papa Francisco pediu um funeral simples. Ele será sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, ao lado da imagem de Nossa Senhora, como desejava. O caixão é de madeira simples, sem ornamentos. Segundo dom Adalberto, até mesmo a lápide foi custeada por um benfeitor, pois Francisco não possuía bens em seu nome. “Tudo o que recebia, ele doava. Nunca teve nada. Viveu da graça de Deus”, comentou o bispo.

Durante o pontificado, Francisco destacou-se por gestos simbólicos, como lavar os pés de encarcerados na Semana Santa. Ele também foi responsável por iniciativas sociais no Vaticano, como a criação de barbearias, refeitórios e banheiros para pessoas em situação de rua.

Além disso, o Papa manteve forte atuação internacional, posicionando-se contra guerras e dialogando com diferentes líderes mundiais. Também promoveu o ecumenismo e o cuidado com a natureza, com destaque para o Sínodo da Amazônia.

 

Bispo relembra encontro pessoalmente com Papa Francisco

Dom Adalberto afirmou “nós já estamos com saudades de Francisco” e relembrou que esteve com o Papa no ano passado, quando foi nomeado Bispo.

De acordo com o sacerdote, os bispos recém-nomeados vão para Roma para um curso e se encontram com o Papa. “Digo à vocês, foi um momento muito, muito, muito importante para mim. Passamos duas horas juntos com ele, em 135 bispos”, conta Dom Adalberto.

No dia do encontro, o pontífice havia chegado de um viagem de 13 dias e estava cansado. Mesmo assim, não abandonou o carisma. “Sentado na sua cadeira, lúcido, atento, respondia, ria, fazia brincadeiras. Um homem extremamente humano, sensível. E que, para mim, como bispo dessa diocese, deixa muitos ensinamentos. Eu me inspiro na no papado dele para ser um bispo também como ele foi”, afirmou.

 

Conclave deve escolher novo Papa em até dez dias

Com a morte do Papa, inicia-se o processo de escolha do novo líder da Igreja. Atualmente, há mais de 200 cardeais no mundo, mas apenas 135 têm direito a voto, por estarem com menos de 80 anos.

Após o enterro, realizado neste sábado, os cardeais iniciam as reuniões que antecedem o conclave, que pode durar de dois a quinze dias. As votações ocorrem duas vezes por dia, com a fumaça branca sinalizando a escolha do novo Papa.

Entre os cardeais com direito a voto, três são catarinenses, o que, para dom Adalberto, representa motivo de orgulho para o estado. Ao todo, o Brasil conta com sete cardeais aptos a participar da eleição do próximo pontífice.

 

Acompanhe a reportagem de Vanessa Montibeller.

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