Nível dos rios diminuiu, mas possibilidade de novas chuvas ainda preocupa
Em toda Santa Catarina, seis mil pessoas ainda permanecem desalojadas após as chuvas que atingiram municípios do Planalto Norte e Vale do Itajaí há uma semana. No total, 400 mil foram afetadas pelas cheias dos rios e aumento das chuvas.
A Defesa Civil divulga que os rios do Planalto Norte gradualmente diminuem o fluxo, o rio Iguaçu verte muita água, e as cidades de Rio Negrinho e Guaramirim mantêm o decreto de calamidade pública. Com a volta das chuvas do último fim de semana, o alerta sobre o nível dos rios permanece na região, de acordo com a Defesa Civil.
Entre as rodovias, a BR-208, na Serra de Corupá, continua totalmente interditada no km 93. Na mesma estrada, o km 269, em Canoinhas, estava liberado até a noite deste domingo apenas para passagem de caminhões.
A preocupação com novos alagamentos permanece. A previsão do tempo da Epagri/Ciram indica chuva nesta segunda e terça-feira no Oeste, Meio Oeste, Planalto Sul e Litoral Norte. A quarta-feira promete amenizar a situação do Estado com o aparecimento do sol.
Enquanto o nível dos rios baixam, os principais órgãos envolvidos no atendimento dos atingidos — Vigilância Sanitária e Epidemiológica — alertam para a prevenção de doenças que chegam com as cheias. À Vigilância Sanitária, explica a diretora do Departamento, Raquel Bittencourt, cabe a veiculação dos materiais informativos. Neles se ensina a jogar fora produtos submersos na água ou na lama. Também há informações sobre a limpeza da casa e distribuição de hipoclorito de sódio para desinfetar os poços artesianos.
Já a Epidemiológica orienta os postos de saúde sobre os sintomas das doenças e tratamentos. O diretor do órgão, Eduardo Macário alerta sobre o risco de animais peçonhentos — aranhas, cobras e escorpiões — que também perdem suas casas e procuram abrigo em lugares secos. Outro acidente possível é o curto-circuito de equipamentos que foram molhados e os choques elétricos.
O Ministério da Saúde mapeou oito contaminações comuns às cidades alagadas, todas podem matar. Leptospirose, hepatite A, febre tifoide, dengue e até mesmo gripe estão entre elas. Estas e outras enfermidades vitimam cerca de 28 mil brasileiros por ano. A Organização Mundial da Saúde, que divulgou o número, informa que o principal motivo para as infecções são as inundações, mas não é possível ignorar o saneamento básico, que apesar da riqueza do Brasil, segue o modelo dos países pobres.
DIÁRIO CATARINENSE