O jogo de despedida do time Rio do Sul/Equibrasil foi com vitória. 3 sets a 1 sobre o Pinheiros em Santa Catarina e festa da torcida que compareceu em grande número na noite desta sexta-feira (13). Com parciais de 18/25, 25/23, 25/22, 25/23, o time catarinense encerra a participação no campeonato nacional com 25 pontos e o nono lugar na competição. Neneca foi escolhida a melhor do jogo por ter feito 18 pontos. Fernanda, também de Rio do Sul, marcou 19. Pelo lado do Pinheiros, Vivian foi a maior pontuadora com 16.
Um jogo sem nada valer para o campeonato não poderia de ser um grande jogo. E assim foi. O primeiro set foi de grandes ataques do time do Pinheiros, enquanto Rio do Sul/Equibrasil mostrava com o seu saque, uma marca durante toda a competição, que o time visitante teria muito dificuldade de jogar.
Se no primeiro set, Rio do Sul deixou o jogo esfriar após tomar a virada no placar, no segundo a situação foi diferente. Com um bloqueio bem armado, Mimi Sosa e Camila Paracatú vinham com um desempenho excepcional. E a ponta Fernanda, que começou sentindo a pressão no passe, vinha despontando como maior pontuadora da partida.
O jogo esquentou no terceiro set. Logo no início, o técnico do Pinheiros Wagão e levou cartão vermelho por reclamação, ainda de lances do 2° set. E mesmo errando mais na parcial, Rio do Sul/Equibrasil vinha crescendo no jogo. Neneca no ataque e Mimi Sosa no bloqueio foram os diferenciais para a virada.
Embalado pela torcida, Rio do Sul/Equibrasil manteve o ritmo forte. A levantadora Macris, do Pinheiros, teve que ser substituída após uma contusão leve e com Bruna, o time não conseguiu evoluir para virar contra as donas da casa. Os pontos finais foram de verdadeira festa para o torcedor rio-sulense, que compareceu em grande número durante todos os jogos da Superliga.
Spencer Lee comemora temporada e assume que quer continuar no time
O técnico Spencer Lee gostou de Rio do Sul. O clima, a proximidade com a comunidade, o carinho da torcida, a tranquilidade de uma cidade pequena chamaram muito a atenção do mineiro que há 10 anos morava na cidade de Uberlândia (MG). “Estou encantado com a cidade, com o costume acolhedor das pessoas, da tranquilidade e de quanto o povo é dedicado ao trabalho”.
Não bastasse isso, Spencer também mostrou-se muito interessado no projeto de voleibol feminino de Rio do Sul. Desafiado ao assumir uma equipe que ficou em penúltimo lugar na Superliga passada, o mineiro comemorou a nona colocação nesta edição, ficando por pouco de fora dos playoffs.
“É difícil a gente dizer: qual era o nosso limite. Onde poderíamos chegar. Oitavo ou nono? Décimo primeiro ou quinto lugar? Rio do Sul quer ser campeão? Claro que quer, sempre entramos em quadra com o desejo de vencer todos os jogos, mas a nossa condição nos deu o nono lugar, que foi merecido, suado, brigado, lutado, agarrado por todos os envolvidos no projeto e principalmente, comemorado. Temos orgulho do que fizemos e de deixar a vaga assegurada para a próxima temporada”, declarou o treinador.
Spencer tem desejo de continuar com o time, mas o contrato ainda não foi assinado. “Estamos já conversando e está tudo muito adiantado e de forma muito clara e transparente. Minha prioridade é Rio do Sul, e eu desejo permanecer. Mas vamos conversar ainda com a direção do time para acertar os detalhes”.
Spencer Lee terá férias de um mês e já volta a se focar no voleibol. Como assistente técnico das seleções brasileiras universitária e paraolímpica de voleibol sentado, ele terá compromissos ainda no primeiro semestre. São vários compromissos, entre treinamentos e amistosos. Mas estou sempre focado também com o time em Rio do Sul”.
Atletas ressaltam desafios da Superliga, mas comemoram conquistas
Capitã do time até a 6ª rodada do returno, a oposta Natiele termina a Superliga assistindo aos jogos da arquibancada. Ela que chegou a ser a quarta maior pontuadora da competição, teve uma lesão no joelho e não tinha mais condições de disputar jogos nesta temporada pela necessidade de tratamento.
“É uma situação diferente, assistir tudo de longe, não estar na quadra junto com as meninas. Mas o espírito e a convivência permaneceram intactos. Eu acredito que todos estão orgulhosos da campanha que construímos e de fazermos jogos com muita vibração. Aprendemos muito e individualmente, cada atleta ganhou experiência e maturidade. Pessoalmente, saio mais madura, mais focada, ois percebi que quando miramos em algum objetivo em coletivo, ele é possível”.
A líbero Juliana, a mais jovem integrante do elenco rio-sulense com 20 anos, considerou esta Superliga uma das mais desafiadoras. Mas ao mesmo tempo, a atleta mostra que o time teve uma grande união, amparou-se em momentos difíceis, mas que os resultados foram dentro do planejamento inicial. “A gente sempre quer o algo a mais na nossa carreira. Sabíamos que o campeonato teria um grau de dificuldade muito grande e foi uma caminhada muito dura. Só que o grupo sempre esteve muito focado e com vontade de crescer e dar alegrias para nossa torcida”, garantiu.
A central Argentina Mimi Sosa encerra a primeira participação na Superliga como a melhor sacadora da competição, algo que nem ela imaginava que poderia acontecer. “Trabalhamos muito. Cheguei ao Brasil sabendo que a Superliga é algo gigantesco no cenário mundial. E quando você está no topo em algum fundamento, você se enche de orgulho! Tivemos muitas alegrias, derrotas difíceis e doloridas, o que é muito natural no esporte, mas fizemos jogos verdadeiramente emocionantes, que podemos olhar para trás e sentirmos muita alegria pelo que fizemos”, comentou a atleta argentina.
Clube inicia conversas para renovações e novas contratações
O contrato de jogadoras e comissão técnica do time Rio do Sul/Equibrasil se encerra com a participação da equipe na Superliga 2014/2015. Mas a garantia da participação da equipe na próxima competição já mobiliza a diretoria da Associação Rio do Sul Vôlei, que gerencia a equipe, para manter um time competitivo em nível nacional. Algumas atletas poderão ter ofertas de renovação, assim como outras poderão deixar Santa Catarina.
“É um processo que vamos trabalhar já nos próximos dias, tanto para comissão técnica com atletas e respectivos procuradores. O nosso desejo é ter um time cada vez mais forte e competitivo, e isso passará pela conversa com aqueles que desejam integrar o nosso time na próxima temporada. Seguramente, o fato de estarmos com a vaga garantida para a próxima Superliga nos dá mais condições de negociação. Mas como os playoffs ainda estarão em andamento, o mercado não deve ter tantas novidades nas próximas semanas. Vamos deixar que as meninas descansem e aproveitem o intervalo sem competições enquanto conversamos sobre possíveis contratações”, observou o supervisor do time, José Roberto Moura.
Clóvis Eduardo Cuco/Assessoria de Comunicação – Rio do Sul/Equibrasil