O pão de trigo vai ficar bem mais salgado. Não que o padeiro tenha colocado sal a mais na receita, nada disso. O que vai fazer o pãozinho ficar indigesto é o preço – que pode dar um salto de até 20% nas próximas semanas, de acordo com entidades envolvidas na produção.
Apuração de preços dos produtos da cesta básica realizada pelo Dieese apontou que, em março, o pão ficou mais caro em 16 das 18 capitais pesquisadas. O aumento reflete a recente disparada do dólar, que impulsionou ainda mais o custo da farinha de trigo. Boa parte do trigo utilizado no país é importado. Com a quebra da última safra, a dependência brasileira do mercado externo cresceu, chegando a 56%.
A moeda americana cotada acima de R$ 3,10 e o aumento da luz também forçam o custo da indústria, mas em Santa Catarina ainda não há repasse direto para o consumidor.
Conforme o presidente do Sindicato das Panificadoras e Confeitarias do Estado (Sindipan/SC), Maurício Machado, os padeiros já percebem o preço mais alto da farinha de trigo, repassado pelos moinhos. Porém, como os estabelecimentos ainda trabalham com estoques comprados antes dos reajustes, os clientes não têm sentido o efeito.
Diário Catarinense