Geral

Movimento Sem Terra ocupa terreno em Rio do Campo

27 famílias estão montando as instalações com objetivo de produzir hortaliças no espaço.

Movimento Sem Terra ocupa terreno em Rio do Campo Foto: DAV / Reprodução

 

Na manhã de domingo (18), pelo menos 27 famílias, integrantes do Movimento Sem Terra (MST), instalaram-se em uma área abandona localizada na Serra do Mirador no Município de Rio do Campo. O terreno possuiu cerca de 860 mil metros quadrados, e pertenceria a uma empresa. O objetivo dos ocupantes é produzir e comercializar hortaliças no espaço, tanto para a comunidade como para o uso do coletivo. As famílias já estiveram acampadas em outras áreas e em diferentes municípios, em Doutor Pedrinho, Florianópolis e Itaiópolis.

Parte do mato já está sendo derrubado e os barracos já estão sendo levantados e montados. A previsão é de que mais famílias cheguem ao espaço. As condições para os integrantes do movimento, ainda é precária, não há acesso água potável, por exemplo, e o espaço não dispõe de nenhuma infraestrutura. Agora os moradores devem contar com o auxílio da Prefeitura Municipal para reivindicar algumas melhorias na localidade.
A saúde e a educação das crianças é prioridade para os responsáveis do movimento. A intenção é oferecer aos menores, mais condições de saúde e educação. No local não existe mais centro de educação infantil, então o grupo pretende entrar em contato com a prefeitura para solicitar as questões principais visando uma instalação segura.

O terreno que está sendo ocupado é referente a uma dívida trabalhista, já que está abandonada, consequentemente não está cumprindo com a sua função social. Os integrantes do movimento sem terra se mostram confiantes em tomar posse da área. Em 2008 também ocorreu à ocupação de um terreno localizado no Alto Ribeirão da Vargem no município de Taió. Os integrantes do MST venceram a disputa na justiça e estão instalados no espaço atualmente.

Em contato com a administração do município, o prefeito informou a equipe do DAV que está verificando os fatos.

Como funciona o MST

O Movimento Sem Terra está organizado em 24 estados em cinco regiões do país. No total, são cerca de 350 mil famílias que conquistaram terras por meio da luta e da organização dos trabalhadores rurais. As famílias assentadas e acampadas organizam-se em uma estrutura participativa e democrática, para tomar as decisões no MST.

Nos assentamentos e acampamentos, as famílias organizam-se em núcleos que discutem as necessidades de cada área. Destes núcleos, saem os coordenadores e coordenadoras do assentamento ou do acampamento. A mesma estrutura se repete em nível regional, estadual e nacional. Outro aspecto importante em destacar é que as instâncias de decisão são orientadas para garantir a participação das mulheres, sempre com dois coordenadores, um homem e uma mulher. E nas assembleias de acampamentos e assentamentos, todos têm direito a voto: adultos, jovens, homens e mulheres.

Da mesma forma nas instâncias nacionais. O maior espaço de decisões do MST são os Congressos Nacionais que ocorrem, em média, a cada cinco anos. Além do Congresso, a cada dois anos o MST realiza um encontro nacional, onde são avaliadas e atualizadas as definições deliberadas no Congresso.

Além desses espaços, as famílias também se organizam por setores para encaminharem tarefas específicas, que são organizados desde o nível local até nacionalmente, de acordo com a necessidade e a demanda de cada assentamento, acampamento ou estado.

 

Por Tatiana Hoeltgebaum

Diário do Alto Vale

Outras Notícias