Uma reivindicação antiga da cadeia produtiva do tabaco pode estar mais perto de se tornar realidade. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que está em discussão no órgão a possibilidade de acabar com o impedimento de fumicultores de fazerem financiamentos via Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Atualmente, para que possam acessar as linhas de crédito do programa, os produtores precisam comprovar que ao menos 25% de suas receitas são oriundas de outras culturas, que não o tabaco. A medida foi imposta como forma de estimular a diversificação nas propriedades, mas sempre foi considerada um tratamento desigual com o setor de tabaco e, na prática, dificulta que as famílias que têm no produto a principal fonte de renda obtenham recursos para investimentos. Em 2016, o Conselho Monetário Nacional (CMN) chegou a editar uma resolução prevendo aumento gradativo no percentual de comprovação, o que elevaria o índice para 50% na atual safra. Por pressão do setor, no entanto, os prazos acabaram postergados.
No cargo desde 1º de janeiro, Tereza Cristina já havia acenado com a flexibilização em conversas com dirigentes do setor. Na entrevista concedida por e-mail, ela reconheceu a importância da cadeia e defendeu que o governo dê apoio tanto para o produtor que optar por trocar de cultura quanto o que desejar permanecer no cultivo de tabaco.
O assunto pode repercutir no lançamento da Expoagro Afubra 2019, que ocorre nesta sexta-feira, em Rio Pardo e contará com uma palestra do secretário nacional da Agricultura Familiar, Fernando Schwanke.
Por Gazeta do Sul