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Governo de SC admite falhas graves na barragem de Ituporanga

Defesa Civil de SC lançou licitação para recuperar toda a estrutura ao custo estimado de R$ 25,3 milhões

Governo de SC admite falhas graves na barragem de Ituporanga Patrick Rodrigues, NSC

Um documento divulgado pelo governo de Santa Catarina aponta falhas graves na barragem de Ituporanga, uma das três do sistema de contenção de enchentes no Vale do Itajaí. O texto, publicado nesta semana junto com um edital de licitação para reforma da estrutura, menciona “situação crítica” e necessidade de obras urgentes para restabelecer o completo funcionamento da barragem.

O Estado corre contra o tempo para começar a resolver as inúmeras falhas constatadas na estrutura desde 2021, mas que agora o Ministério Público (MPSC) cobra o começo da reforma até o fim de setembro. O prazo é praticamente impossível de ser cumprido, porque a abertura das propostas das empresas interessadas em fazer o serviço é 7 de outubro. Depois disso, ainda há as fases de análise e recursos.

O descumprimento do prazo estabelecido pelo MPSC pode render multa diária de R$ 100 mil ao governo do Santa Catarina. A promotoria afirmou à reportagem da NSC que lançar a licitação não é acatar a decisão: “A forma de acatar a decisão é executar as obras. Caso não for cumprido o prazo, vamos pedir a imediata aplicação das sanções previstas na decisão judicial”, disse o órgão através da assessoria de imprensa.

Conforme o edital recém-lançado, recuperar toda a barragem de Ituporanga, inclusive trocando as cinco comportas, deve custar R$ 25,3 milhões. O dinheiro deve sair integralmente dos cofres do governo de SC. De acordo com a Secretaria de Estado da Defesa Civil, a segurança da estrutura está sendo monitorada o tempo todo, mas que segundo os engenheiros a barragem “é, sim, é segura”.

Os problemas apontados no documento

A barragem de Ituporanga entrou em funcionamento em 1976 e o governo de Santa Catarina sustenta que nestas quase cinco décadas a estrutura nunca passou por uma reforma efetiva. Em 2022 veio à tona que uma das comportas, a C4, estava com problemas para abrir e fechar. No ano passado, após sucessivas enchentes no Alto Vale, foi informado que a comporta C5 também não está em plena operação. No documento publicado esta semana, o veredito:

“As comportas C4 e C5, estão inoperantes, comprometendo a operacionalidade e a segurança da barragem. A manutenção e a recuperação operacional são fundamentais para evitar falhas catastróficas, assegurar a integridade estrutural da barragem e garantir a sua função primordial de controle de enchentes no Vale do Itajaí”, diz a Defesa Civil estadual.

Ainda segundo o texto: “As fortes chuvas ocorridas em outubro e novembro de 2023 causaram um agravamento de danos já existentes na blindagem e conduto da comporta C4. Tais danos provocaram a inundação da sala das comportas, área crucial para a operação da barragem. Esse incidente gerou danos extensos em equipamentos hidromecânicos, na rede hidráulica e elétrica do sistema de operação, comprometendo a capacidade total de funcionamento da barragem”.

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