As barragens são bem conhecidas dos moradores do Vale do Itajaí. Há décadas têm o papel de proteger a comunidade em casos de cheia. Agora, a Secretaria de Estado da Defesa Civil planeja dar novas funções às estruturas. O objetivo é que elas possam contribuir no abastecimento de água e na geração de energia elétrica para os moradores da região. Um projeto concluído pelo governo do Estado é apontado por João Batista Cordeiro Junior, responsável pela pasta, como exemplo.

A barragem prevista para Botuverá, além de minimizar os impactos de enchentes, poderia aliviar o sufoco enfrentado por cidades do litoral que sofrem com o desabastecimento no verão. A conversa sobre a proposta engloba, inclusive, a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), que seria impactada com a redefinição de funcionalidades das barragens. A obra é avaliada em R$ 165 milhões. Os recursos, porém, dependem do governo federal. O dinheiro foi solicitado ao Ministério de Desenvolvimento Regional. Emendas parlamentares também podem contribuir.

O secretário defende que nas cidades onde as barragens já existem seria mais fácil fazer a adaptação para novas funcionalidades. A estrutura de José Boiteux – apontada pelo secretário como a maior do Brasil na contenção de cheias - é tida com grande potencial para geração de energia elétrica. Para isso, entretanto, uma série de obras precisariam ser executadas, estimadas no valor aproximado de R$ 21,7 milhões.

– Com o quadro definido, será possível viabilizar parcerias público-privadas, que vão possibilitar a geração de energia elétrica na estrutura da barragem, o que gerará recursos financeiros para a manutenção desta e para outros investimentos em proteção e defesa civil – justifica Cordeiro Junior.

Comitê da Bacia do Itajaí reuniu-se na quinta-feira

Na tarde desta quinta-feira, o secretário de Estado da Defesa Civil esteve em Blumenau. Participou de uma reunião do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí, na Furb, onde falou da situação das barragens no Vale do Itajaí. A mais crítica, na avaliação dele, é justamente a de José Boiteux. Os motivos para tal afirmação são: a falta do canal extravasor, do estudo de impacto socioambiental e a necessidade de recuperação da estrutura – danificada após um impasse com a comunidade indígena que vive no local.

Atualmente, o Estado é responsável por operar a barragem de José Boiteux. Cordeiro Junior diz que a secretaria conta com a liberação dos recursos da União, que é proprietária da estrutura, assim como aguarda pela transferência da área para a responsabilidade do governo estadual.

– A partir deste ponto, o Estado poderá fazer a recepção da Barragem Norte ao patrimônio estadual, juntamente com uma área de operação e segurança já definida em comum acordo com a comunidade Xokleng. Esta área será cercada e protegida pelo Estado para a garantia da operação com maior segurança e efetividade – explica o secretário de Estado.

Por Talita Catie

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