Economia

Comissão que analisa isenção do IR até R$ 5 mil vai se reunir pela primeira vez nos próximos dias

Colegiado com 66 integrantes discutirá projeto prioritário do governo, que pode beneficiar milhões de brasileiros

Comissão que analisa isenção do IR até R$ 5 mil vai se reunir pela primeira vez nos próximos dias Isenção do IR tramita em Brasília. Foto:Reprodução RNA

A comissão especial que vai analisar o projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil será instalada nesta semana na Câmara dos Deputados. A medida, considerada prioritária pelo governo federal, pode beneficiar uma grande parcela da população.
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Composta por 33 titulares e 33 suplentes, a comissão terá como relator o deputado Arthur Lira, ex-presidente da Câmara. Já a presidência ficará a cargo do deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA). O deputado federal Gilson Marques (Novo-SC) foi indicado como membro titular pelo seu partido.

 

Deputado defende cortes na máquina pública

Para o deputado catarinense, a proposta de isenção é positiva e já deveria ter sido adotada. Contudo, ele destaca que, além da medida, o governo precisa cortar despesas e reduzir o tamanho da máquina pública.

Segundo Marques, o projeto atual prevê que os contribuintes com renda superior a R$ 50 mil mensais pagarão mais imposto para compensar a perda de arrecadação. "O problema é que o governo não está cortando gastos. Ele quer beneficiar uns e cobrar mais de outros", afirmou.

O parlamentar também alertou para a falta de correção da tabela do Imposto de Renda e do Simples Nacional. De acordo com ele, com a inflação anual estimada em torno de 14%, mais pessoas podem acabar sendo enquadradas nas faixas superiores de tributação com o passar do tempo.

"Daqui a alguns anos, R$ 50 mil podem não representar tanto poder de compra. Sem correção, a tabela vai atingir cada vez mais brasileiros", explicou.

 

Riscos para o empreendedorismo
 

Outro ponto levantado pelo deputado é o impacto que o aumento da carga tributária pode causar no empreendedorismo. Conforme ele argumenta, impostos altos desestimulam investimentos e geram fuga de capital.

“Se alguém que produz, por exemplo, suco de laranja tiver de pagar 70% de imposto, ele vai parar de produzir. Precisamos incentivar o investimento, não punir quem empreende”, afirmou.

Gilson Marques defende uma reforma mais profunda, com isenção para todos, independentemente da faixa de renda. Para ele, o problema está no excesso de privilégios e gastos da estrutura pública. Como exemplo, ele citou a possível ampliação do número de deputados federais, que pode ser votada em razão da readequação das bancadas com base no Censo do IBGE.

 

Próximos passos

A primeira reunião da comissão está prevista para os próximos dias, com início dos debates ainda nesta semana. O projeto deve seguir em ritmo acelerado na Câmara, segundo o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).


Acompanhe a reportagem de Rita Sardi, da rede de notícias Acaert:

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