Amandinha, atleta da equipe de Brusque, vive o sonho de ser a melhor jogadora da modalidade no mundo
A menina que já preferiu morrer a parar de jogar bola com os meninos nas ruas de Fortaleza (CE) quando o pai tentou proibir a brincadeira durante a infância, foi eleita a melhor jogadora de futsal do mundo sexta-feira. Amanda Lyssa de Oliveira Crisostomo que hoje mede 1m57cm, pesa 48 quilos e tem 20 anos, ganhou o apelido carinhoso de Amandinha quando ainda era criança. De lá pra cá não cresceu muito, mas mudou, evoluiu e principalmente se desenvolveu como atleta.
A ala do time de futsal feminino Barateiro, de Brusque, saiu do Ceará em 2011, aos 15 anos. Filha única, teve o apoio dos pais ao se mudar para o Vale do Itajaí. Foi aqui também onde ela conheceu o frio do inverno. O coração ainda aperta de saudade:
- Saí de lá para me tornar profissional. Mantenho contato com meus pais por telefone e pelas redes sociais e uma vez por ano tento ir pra casa. É complicado, mas agora com certeza vejo que todo o meu esforço valeu a pena.
Hoje Amandinha vive o sonho de infância, mas confessa que a ficha ainda não caiu e que de vez em quando ainda se pega pensando se o título de melhor do mundo é mesmo de verdade. A dirigente do time, Daniela Civinski lembra que a adaptação de Amandinha no time foi um pouco difícil, mas que com o passar do tempo e o esforço da jogadora as coisas foram se encaixando:
- Agora posso dizer que ela é uma atleta e mulher completa. Mas era uma menina bem teimosa quando chegou. A Amandinha amadureceu e fomos percebendo esta evolução. Um dia a hora dela ia chegar. E chegou - comemora.
Treinador crê que o título servirá de motivação para o time
O técnico Esquerda, que participou da evolução dela nestes cinco anos em Brusque, entrega o diferencial da atleta:
- Por conta do físico, ela é rápida e muito ágil. Claro que há pontos a serem trabalhados, mas com certeza ela se destaca em quadra. Acredito que o título vai servir de motivação para ela, pois é o seu momento, como para toda a equipe.
Na eleição dos melhores do mundo, 317 treinadores de futsal escolheram os merecedores do troféu. Antes da eleição para melhor do mundo, Amandinha havia faturado o prêmio de melhor jogadora do Mundial de Futsal Feminino, na Costa Rica. De tudo que passou até agora, da saudade à glória, a maior lição da menina-mulher que está 3,5 mil quilômetros longe de casa tira disto é que acreditar no sonho um dia vale a pena.
Jornal de Santa Catariana