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Parcela do PMDB aceita participação do PP em aliança com Raimundo Colombo

Parcela do PMDB aceita participação do PP em aliança com Raimundo Colombo Foto: Ricardo Wolffenbüttel / Agencia RBS

Resistência ao adversário histórico não é unanimidade no partido

No encontro marcado para o governador RaimundoColombo (PSD) convencer as lideranças do PMDB a aceitar a inclusão do PP na coligação governista nada foi decidido, mas uma questão ficou clara: a resistência não é unânime.

Em meio aos cerca de 100 convidados peemedebistas para a reunião da executiva e das bancadas federal e estadual do partido em um auditório do Hotel Majestic, no Centro de Florianópolis, foram registradas as primeiras manifestações favoráveis à entrada dos pepistas na chapa da reeleição de Colombo. O entendimento ainda sofre restrições, especialmente do senador Luiz Henrique da Silveira e do vice-governador Eduardo Pinho Moreira, mas começa a ser defendido, timidamente, por deputados estaduais.

Durante cerca de duas horas de reunião fechada à imprensa, o governador fez uma exposição dos planos para um segundo mandato — que incluem reformas em áreas como previdência e estrutura administrativa. Nos 30 minutos de discurso, não falou na presença do PP na aliança com o deputado estadual Joares Ponticelli como candidato ao Senado. O tema entrou na fala dos peemedebistas. Pinho Moreira foi enfático ao dizer que coligar com o PP "não desce", apontando o dedo indicador para a garganta, sinalizando algo intragável. Colombo apenas observou o gesto.

O assunto voltou com o deputado Moacir Sopelsa — que defendeu a aliança em nome da bancada estadual, destacando que apenas Mauro de Nadal se opunha. Passou ao largo dos discursos de Luiz Henrique, do senador Casildo Maldaner e do deputado federal Ronaldo Benedet, escolhido para falar pela bancada na Câmara. Depois da reunião, Sopelsa deixou claro que é favorável à composição — que reproduz a coalização que existe na Assembleia desde 2011, quando o PP passou a integrar a base governista.

— Nós temos que fazer uma coligação para as pessoas, não para os partidos. Para isso, precisamos superar divergências locais e antigas rivalidades que nós temos — afirmou o deputado estadual.

Outro a demonstrar que aceita a presença do PP na aliança foi o prefeito de Balneário Camboriú, Édson Piriquito — que fez campanha pela candidatura própria ao governo na pré-convenção.

— Agora que o partido decidiu pela aliança, deve ampliar, não restringir — disse Piriquito, que é apoiado pelos pepistas na administração municipal.

Na maior parte da reunião, no entanto, o governador e os peemedebistas discutiram a relação atual. O partido exigiu que o fortalecimento das secretariais regionaisseja um dos temas da proposta para o segundo mandato. Existe um consenso entre os peemedebistas de que houve esvaziamento do projeto na gestão de Colombo, especialmente pela redução de recursos e competências. O governador garantiu apoio às regionais, dizendo que elas custam menos ao Estado do que, por exemplo, o Ciasc. 
Ao final do encontro, ficou decidido que o PMDB vai criar uma comissão para discutir as alianças, incluindo a questão da participação dos pepistas. Colombo saiu satisfeito e disse que pretende fazer reuniões semelhantes nos próximos 15 dias com PSD, PP, PSB e PSDB. Um peemedebista brincou, enquanto se dirigia para a saída.

— Está tudo certo, mas nada está resolvido.

 

DIÁRIO CATARINENSE

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