Santa Catarina encerrou na última semana o ciclo de painéis do Projeto Campo Futuro, com foco na produção de cebola. O encontro foi realizado na quinta-feira (26), em Ituporanga, e teve como principal objetivo identificar os custos de produção e os gargalos enfrentados pelos agricultores da região.
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O evento, promovido pelo Sistema CNA/Senar, em parceria com a Faesc, o Centro de Inteligência em Gestão e Mercados (CIM) e o Sindicato Rural, reuniu produtores, técnicos e lideranças do agronegócio.
Perdas na comercialização e renda comprometida
Conforme o levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a propriedade média na região possui oito hectares, com irrigação por aspersão e manejo semimecanizado. A produtividade alcançada na última safra foi de 35 toneladas por hectare, mas perdas entre 20% e 25% na comercialização afetaram diretamente a renda dos produtores.
A técnica da CNA, Letícia Fonseca, explicou que a maioria das propriedades depende da mão de obra familiar, com contratações esporádicas para o plantio e a colheita. Segundo ela, mesmo com esforço e dedicação, os dados apontam margens brutas negativas, o que obriga muitos produtores a buscar renda extra fora da atividade agrícola.
Ferramenta estratégica para decisões no campo
O vice-presidente da Faesc, Clemerson Pedrozo, ressaltou que o Projeto Campo Futuro é essencial para gerar informações confiáveis que orientam decisões estratégicas no campo. “É uma ferramenta que contribui para o sucesso das atividades produtivas e para a sustentabilidade no meio rural”, afirmou.
O presidente do Sindicato Rural de Ituporanga, Arny Mohr, destacou que a iniciativa oferece ao produtor uma visão clara dos custos, da rentabilidade e dos riscos da lavoura. Para ele, ações como essa são fundamentais em cadeias produtivas vulneráveis, como a da cebola, que sofre com a variação constante do mercado.