A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, anunciou nesta quarta-feira (16) em uma rede social que o deputado Valdir Colatto (MDB-SC) será o novo chefe do Serviço Florestal Brasileiro.
Ao colunista do G1 Matheus Leitão, contudo, Colatto disse ter ficado "surpreso" com o anúncio, acrescentando que "não fechou a questão" e ainda analisa o tema.
Integrante da Frente Parlamentar Agropecuária do Congresso, conhecida como a bancada ruralista, Colatto não se reelegeu em outubro e já fez discursos críticos ao percentual de terra que deve ser preservado por fazendeiros.
"Hoje conversei com servidores do Serviço Florestal Brasileiro para responder algumas perguntas em relação a competências e carreiras. O serviço florestal será comandado pelo deputado Valdir Colatto e o decreto já foi publicado", publicou a ministra.
Após o anúncio de Tereza Cristina, a assessoria de Colatto divulgou a seguinte nota:
"O deputado federal Valdir Colatto (MDB-SC) informou que recebeu convite da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, para o cargo de diretor geral do Serviço Florestal Brasileiro no dia de hoje (16/1). Colatto cumpre mandato de deputado federal até o dia 31 de janeiro. Ele acredita que o seu trabalho na criação e aprovação do Novo Código Florestal Brasileiro (12.651/2012), o maior programa de preservação ambiental e reflorestamento do mundo, o credencia para o convite."
Criado em 2006, o Serviço Florestal Brasileiro era vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, mas desde 1º de janeiro, quando o presidente Jair Bolsonaro editou uma medida provisória (MP) para reestruturar o governo, o serviço passou a ser vinculado à pasta da Agricultura.
De acordo com o site do órgão, cabe ao SFB "promover o conhecimento, o uso sustentável e a ampliação da cobertura florestal, tornando a agenda florestal estratégica para a economia do país".
Discursos
Em 7 de fevereiro do ano passado, Colatto fez um discurso no qual criticou o percentual de preservação de terra nas fazendas.
"No Brasil, 20,5% da área das propriedades são de florestas. O agricultor paga essa conta sem que haja nenhum dividendo com a cidade. Quem é que deixa 20%, 35% ou 40% da sua propriedade, na área urbana, para a preservação do meio ambiente? Só a agricultura brasileira faz isso", afirmou o deputado na ocasião.
Em outro discurso, em 11 de dezembro do ano passado, o novo chefe do Serviço Florestal Brasileiro disse que "66% das florestas no Brasil não são nada".
Afirmou, ainda, que o Brasil precisa "refletir" sobre as atuais regras de preservação.
"Nós temos que pensar que 66% das florestas no Brasil não são nada se compararmos com as da Europa, que não chegam a ter meio por cento de floresta. E eles ainda querem dizer o que devemos fazer aqui? Ora, se quiserem que mantenhamos nossas florestas, que nos paguem com serviços ambientais, como fazem os Estados Unidos e a Europa, onde quem preserva a floresta recebe por isso", declarou.
Por Luciana Albuquerque e Marcelo Parreira, TV Globo — Brasília