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Grampos telefônicos: Investigação será transferida para delegado de Rio do Sul

Grampos telefônicos: Investigação será transferida para delegado de Rio do Sul  Prédio da Policlínica de Referência Regional em Rio do Sul (Foto: DAV/Reprodução)

A investigação que apura a autoria e os motivos da instalação clandestina de grampos telefônicos no prédio da Policlínica de Referência Regional, terá um novo delegado que ainda vai ser definido pela Delegacia Regional.

Cerca de cinco pessoas foram ouvidas pela delegada Elisabete da Cruz Pardo Figueiredo, que comandou os trabalhos até o momento, ela assumiu o início das investigações por ser a plantonista no dia em que o caso veio à tona. Entre os que já prestaram depoimento estão o dono e o técnico da empresa que fez a instalação dos equipamentos que grampeavam oito linhas.

Nesta semana duas pessoas foram ouvidas, entre elas o funcionário comissionado da gestão passada, que inicialmente era apontado como o suspeito de ser o mandante da instalação dos grampos telefônicos. “As pessoas que foram bem elucidativas, ajudaram bastante a investigação, inclusive já com indicativos de quem determinou, o grampo telefônico”, informou a delegada.

O pedido para autorização da quebra de sigilo das gravações ainda não foi feito à Justiça. Elisabete explica que como atua em outra comarca, não tem autorização para isso, motivo pelo qual o caso será transferido para outro delegado. “Ainda não foi solicitado ao judiciário porque é necessária a instauração do inquérito policial, quando do requerimento a informação desse número de inquérito, eu não tenho uma competência territorial para instaurar”, disse a delegada que é lotada na delegacia de Rio do Oeste.

Assim que o inquérito for instaurado e a Justiça autorizar o acesso aos arquivos, as ligações interceptadas não vão poder ser utilizadas como provas para a investigação da prática de outros possíveis crimes. “As gravações que estão ali serão usadas tão somente para caracterizar a interceptação criminosa […] a existência de outros crimes poderá ser identificada, porém a gravação não poderá ser utilizada porque ela foi obtida por meio ilícito”, ressaltou.

A delegada revela que até o momento as investigações levantam a suspeita de que o servidor comissionado determinou a instalação do equipamento que podia ser acessado remotamente, para atender o pedido de outra pessoa. “Em seu depoimento o comissionado informou que recebeu ordens superiores para que os grampos fossem instalados”, disse a delegada. Elisabete adiantou ainda, que até o momento a razão para a instalação clandestina ainda não está esclarecida. “Ainda é uma incógnita o motivo da colocação do grampo telefônico, se foi para obter informações privilegiadas ou se foi para informação política”.

A delegada que deixa a investigação do caso, comenta também que os levantamentos feitos até agora darão uma boa sustentação para o próximo delegado que vai assumir e instaurar o inquérito. “Com o que nós já conseguimos o próximo delegado terá condições de dar continuidade ao procedimento policial”, concluiu.

Por Albanir Júnior / DAV

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