Político ficou preso por três anos por crimes sexuais contra menores.
'Eu jamais faria e jamais fiz qualquer crime', afirmou após sair de UPA.
O ex-deputado federal Nelson Goetten afirmou, em entrevista à RBS TV, que sua prisão foi resultado de uma armadilha. O político foi solto na quinta-feira (19), feriado de Corpus Christi, depois que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) invalidou as provas do processo. Ele ficou três anos preso na Unidade Prisional Avançada (UPA) de Itapema acusado de estupro, aliciamento de menores e favorecimento à prostituição na região do Vale do Itajaí.
"Fui vítima de uma armadilha muito grande, bem planejada. E quem planejou isto não só tinha habilidade, inteligência, mas ele tinha mais. Eu jamais faria e jamais fiz qualquer crime. Não quiseram dar oportunidade para eu me defender. Não fui eu que violentei essas pessoas, foi o Estado, que expôs, envergonhou pai e mãe, marido, famílias", acredita.
A defesa de Goetten tentava sua liberação desde maio de 2011, quando ele foi preso preventivamente pela Diretoria Estadual de Investigação Criminal (Deic). Em 2012, o ex-deputado federal chegou a ser condenado a 35 anos de prisão em regime fechado. No mesmo ano a pena foi reduzida para 28 anos de reclusão.
“Tinham tantas informações, desde laudos de virgindade, laudos confirmando que havia montagem de fita. Temos mais de 12 fatos que confirmavam que, no mínimo, dava o direito de colocar em dúvida esse caso”, diz.
Rotina na prisão
Goetten afirmou que a rotina era ‘olhar para o teto’. “Você não tem acesso a nada, oportunidade de nada. É um verdadeiro confinamento, tipo uma engorda. Tua mente logo começa a apenas sintonizar com o barulho daquele carrinho que vem trazendo a comida. Teu tempo, teu dia é quase sem fim”. Segundo ele, no primeiro ano ficou confinado dentro de uma cela de 15 m². "Na maioria do tempo com 17 pessoas. Foi uma situação horrível", relembra.
Futuro político
Sobre uma possível volta para a política, Goetten diz 'sempre'. "Sou um homem político, sempre continuo. Eu devo isto para o meu estado, para a minha família, para mim mesmo".
Processo encerrado
De acordo com o advogado de defesa, Roberto Brasil Fernandes, durante o julgamento do recurso, os ministros do STJ reconheceram por unamidade que algumas provas obtidas na investigação foram produzidas ilegalmente. “O processo está encerrado para o STJ. Foi decidido por unanimidade a anulação do processo deste o início. Então, trata-se da extinção do processo”, esclarece.
Apesar disso, a assessoria de comunicação do STJ informou que ainda há possibilidade de recurso. Segundo o órgão, durante o julgamento do recurso, os ministros reconheceram que algumas provas obtidas durante a investigação foram produzidas ilegalmente.
G1SC