McCarton Cabral Bechtold sempre teve o sonho de integrar as Forças Armadas Brasileiras. Nascido em Ituporanga, atualmente é morador de Florianópolis e viu na guerra uma oportunidade.
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McCarton já havia ultrapassado a idade limite para o alistamento no Brasil e encontrou na Ucrânia uma chance de realizar o objetivo. Ele conta que o primeiro contato surgiu pela internet, onde fez a inscrição e também pesquisou sobre o país. Depois de 15 dias de treinamento intenso, já começou a atuar na linha de frente dos combates.
Como é o dia a dia na guerra?
Segundo McCarton, o cotidiano no campo de batalha é imprevisível e sem padrões. “Não existe rotina. Tudo pode mudar a qualquer momento. É preciso se adaptar constantemente”, relatou. Ele destacou ainda o cenário desolador nas áreas de conflito, onde muitos civis foram mortos ou obrigados a abandonar suas casas.
Dois momentos marcaram sua vivência: o impacto da fome enfrentada pela população ucraniana e o número elevado de corpos e destruição. “É uma realidade fora do padrão. A guerra soviética é outro nível”, afirmou.
McCarton foi ferido durante missão
Durante uma operação em Kursk, na Rússia, McCarton foi atingido por estilhaços de morteiro na perna e tornozelo. Mesmo ferido, carregando aproximadamente 70 kg de equipamento, ele concluiu a missão com sua equipe. “A gente tem um briefing a seguir. Mancando ou não, você precisa continuar”, relembrou.
Apesar de ter retornado ao Brasil por questões pessoais, McCarton diz que sente parte de si ainda na Ucrânia. “Mesmo sabendo dos riscos, sinto vontade de voltar. É um povo pelo qual vale a pena lutar”, concluiu emocionado.
Ouça a entrevista de Berta Thiesen na íntegra: