Com um agronegócio baseado em pequenas propriedades rurais, Santa Catarina lança a Década da Agricultura Familiar (2019-2028) focada na valorização do setor produtivo. A ação faz parte do plano de ação global contra a fome e a pobreza liderado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Com atraso por causa da pandemia, o lançamento foi realizado no dia 2 de agosto, na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc), marcando a união do Governo do Estado, de parlamentares, da iniciativa privada e de produtores rurais no incentivo à agricultura familiar.
Segundo a presidente da Epagri, Edilene Steinwandter, a Empresa se alegra com a iniciativa da Alesc. “Quando as famílias rurais são valorizadas e ficam no campo, garantem a segurança alimentar das famílias urbanas”, ressalta. Baseada em dados levantados pela Epagri/Cepa, Edilene reforça a importância do evento: “Em 2010, o valor de produção agropecuária catarinense foi estimado em R$12,9 bilhões. No ano passado, este valor chegou a R$40,9 bilhões. Isso significa um crescimento nominal de 217% nesses últimos 10 anos e um crescimento real – descontada a inflação – de 68% no período. O exemplo de Santa Catarina mostra que a agricultura familiar é perfeitamente viável”, diz ela.
O secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Altair Silva, concorda. “Em Santa Catarina, a agricultura familiar é sinônimo de riqueza, geração de emprego e renda. Esta é a base do nosso agronegócio e a mola propulsora de nossa economia. O catarinense tem um dom de trabalhar com a terra e, aliado à inovação e à tecnologia, nós damos saltos de produtividade e de qualidade da produção. E isso precisa ser valorizado por todos”, destacou.
Até 2028, a FAO vai focar suas ações em sete pilares para melhorar a inclusão socioeconômica, a resiliência e o bem-estar em lares e comunidades da agricultura familiar. Além de incentivar a sustentabilidade, a multifuncionalidade e a capacidade dos agricultores familiares de mitigarem as mudanças climáticas.
“Este debate das Nações Unidas da Década da Agricultura Familiar é estratégico, é um debate de grande importância para o desenvolvimento rural. Pois, quando estabelecemos políticas públicas com base no debate e troca de ideias, realizamos iniciativas adequadas que resultam no fortalecimento da Agricultura Familiar”, afirmou o deputado estadual e presidente da Comissão da Agricultura e Política Rural, José Milton Scheffer.
Durante o evento, o secretário Altair Silva destacou as inúmeras ações do Governo do Estado para fortalecer o setor produtivo catarinense. Só este ano, a Secretaria da Agricultura deve aplicar mais de R$340 milhões em programas e projetos para minimizar os efeitos da estiagem e apoio a investimentos no meio rural. “Estamos trabalhando muito e estamos no caminho certo, investindo em programas novos, que irão levar internet para o meio rural, melhorar a qualidade da energia elétrica e a infraestrutura para o escoamento da produção”.
Segundo o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc), José Walter Dresch, os próximos anos serão marcados por ações de conscientização e valorização do potencial da agricultura catarinense.
Agricultura familiar em Santa Catarina
Todo o agronegócio catarinense está baseado nas pequenas propriedades rurais – 78% dos estabelecimentos agropecuários e 72,5% das pessoas ocupadas na agricultura são da agricultura familiar.
Mesmo com um pequeno território, Santa Catarina é o maior produtor nacional de suínos, maçã e cebola; segundo maior produtor de tabaco, palmito, aves, pera, pêssego, alho e arroz; quarto maior produtor de uva, cevada e leite. Em 2020, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) chegou a R$ 40,9 bilhões, considerado o maior da história, e o agronegócio foi responsável por 70% das exportações estaduais.
Por Epagri