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Morre papa Francisco

Morreu, na manhã desta segunda-feira (21), o papa Francisco, aos 88 anos. A informação foi confirmada pelo Vaticano.

Morre papa Francisco Foto: Reprodução

“Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino”, diz comunicado oficial.

Nascido como Jorge Mario Bergoglio no dia 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, na Argentina, o papa começou a sua trajetória de relevância na Igreja Católica como arcebispo da capital argentina em 1998. Lá, ficou conhecido como alguém que ajudava os pobres e participava de programas sociais. Três anos depois, se tornou cardial com o título de Cardeal-presbítero de São Roberto Belarmino, por João Paulo II.

Foi no dia 13 de março de 2013 que Bergoglio se tornou o papa Francisco, nome escolhido em homenagem a São Francisco de Assis, o primeiro a escolher este nome. Simplicidade, humildade e auxílio aos pobres foram algumas das motivações para o pontífice optar pelo nome. Em vida, Francisco também praticou essas virtudes e saiu em defesa das minorias em diversas situações, principalmente em relação aos homossexuais.

Diversas polêmicas fizeram parte da vida do 266º papa da Igreja Católica, que sucedeu o Papa Bento XVI, que abdicou do papado em 28 de fevereiro de 2013. No mesmo ano em que chegou ao Vaticano, Francisco iniciou uma campanha em defesa dos gays ao proferir a frase: “se um gay aceita o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-lo?”. O problema, para ele, eram os “lobbies que agem contra os interesses da Igreja”.

Alguns anos depois, o discurso do papa continuou trazendo controvérsias para a Igreja Católica. Em uma fala, Francisco disse que era necessário pedir perdão aos povos marginalizados, como LGBTs, pobres, mulheres e crianças exploradas, e também “por haver abençoado muitas armas”.

Até o ateísmo foi citado algumas vezes pelo pontífice, de forma positiva. Em algumas ocasiões, o papa falou sobre como ateus também “vão para o céu”.

Entretanto, em relação aos homossexuais, o papa também teve falas polêmicas com insultos à comunidade. Em um encontro, o pontífice teria usado a palavra “frociaggine”, que é um termo vulgar italiano que pode ser traduzido como “bichice” ou “viadagem”. Ele complementou ainda que homens com “tendências homossexuais” não recebem permissão para entrar em seminários.

Pioneiro

Para além das polêmicas, o papa Francisco também foi o primeiro em muitos âmbitos. Primeiro papa nascido no continente americano, o primeiro do hemisfério sul, o primeiro não europeu em 1,2 mil anos e, também, o primeiro papa jesuíta.

Bergoglio foi escolhido como papa depois de dois dias de conclave, a reunião dos 155 cardeais do Colégio para decidir o novo líder da Igreja. Depois de ser escolhido, ele falava abertamente, sem papas na língua, sobre as denúncias de abuso contra crianças cometidos por padres. Para ele, abusar de crianças “é uma doença” e os membros deveriam ser melhores escolhidos.

Um quase químico

Filho do contador Jorge Mario Bergoglio e da dona de casa Regina Sivori, imigrantes do Piemonte, o papa chegou a ser diplomado como técnico químico, mas logo escolheu ser padre e entrou no seminário diocesano.

Depois disso, em 1958, entrou no noviciado da Companhia de Jesus. Cinco anos depois, o papa se tornou licenciado em filosofia e deu aulas de literatura e psicologia no colégio da Imaculada de Santa Fé e no Colégio do Salvador, por três anos. Francisco também possui licenciatura em teologia.

Antes de terminar os estudos, Francisco já havia se tornado sacerdote.

Problemas de saúde do papa Francisco

A saúde do papa Francisco entrou em pauta quando, nos últimos anos, o pontífice precisou enfrentar diversos problemas, como dores nos joelhos e quadris, inflamação do cólon e uma operação de hérnia.

Em 2023, Francisco, que teve uma parte de um dos pulmões removida na juventude, ficou hospitalizado durante três dias devido a uma bronquite, tratada com antibióticos. No início deste mês, Francisco disse a fiéis durante uma audiência semanal que estava com um “forte resfriado”, que mais tarde foi descrito pelo Vaticano como bronquite.

Ele foi internado no dia 14 de fevereiro devido a uma infecção respiratória. No dia 17, o Vaticano informou que o papa estava com uma infecção polimicrobiana das vias respiratórias e que sua situação clínica era “complexa”. Já no dia 18, ele foi diagnosticado com uma pneumonia bilateral.

Nos dias seguintes, a situação era crítica, mas estável, e os médicos afirmaram que o papa Francisco “não estava fora de perigo”. Ele não apresentava febre e seguia com suas atividades. Já no sábado (22), Francisco teve crise respiratória asmática prolongada e precisou de uma transfusão de sangue após uma trombocitopenia associada à anemia ser identificada.

No dia 22 de março, após mais de 40 dias internado, o papa recebeu alta. Ele vinha se recuperando e, no domingo de Páscoa (20), fez uma aparição na Praça de São Pedro.

 

Com informações da CNN, Terra e Vatican News

 

 

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