Volumes de chuva mal distribuídos na primeira quinzena de maio contribuíram para o agravamento da seca no Oeste e Extremo Oeste catarinense, aponta o Boletim Hidrometeorológico Integrado do Estado. Já no Litoral, a precipitação foi próxima à média, mantendo-se em situação de normalidade. O documento foi divulgado nesta quinta-feira, 20, pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE), por meio da Secretaria Executiva do Meio Ambiente (Sema).
Dentre os 295 municípios de Santa Catarina, 163 estão em estado de normalidade; 99 de atenção; 4 de alerta, e 17 em situação crítica frente à estiagem. Além disso, 12 cidades não encaminharam informações da situação.
Nas regiões Oeste e Extremo Oeste ocorreram cerca de 100 mm de chuva abaixo da média para menos. Diversos municípios estão com o abastecimento público comprometido.
Diante do cenário, o governador Carlos Moisés propôs nesta semana novas medidas de enfrentamento à estiagem que atinge o Grande Oeste. O chefe do Executivo informou que enviará, na próxima semana, um Projeto de Lei para destinar R$ 100 milhões ao enfrentamento da crise hídrica e também uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para facilitar a transferência de recursos aos municípios, por meio de repasses fundo a fundo. Também foi sugerido a criação de um Grupo de Trabalho com parlamentares para debater soluções perenes para a questão.
Além disso, ações do Estado já estão em andamento contra a estiagem. Estão sendo investidos R$ 243,5 bilhões e a proposta do Executivo é de investir R$ 1,7 bilhão em medidas de planejamento hídrico até o fim de 2022.
O secretário Executivo do Meio Ambiente, Leonardo Ferreira, reforça que agora é hora da colaboração de todos. “As projeções continuam a mostrar um período de estiagem prolongada no Estado. O uso da água deve ser priorizado para casos essenciais. De um lado, temos a redução drástica nos mananciais de abastecimento em alguns municípios e, do outro, aumento da demanda do uso deste bem. Precisamos economizar. Seguimos monitorando e atuando de forma estratégica e colaborativa, para minimizar os impactos da seca”, enfatiza.
Previsão
Está prevista para esta sexta-feira, 21, e sábado (22), a formação de um ciclone extratropical na costa do Rio Grande do Sul e a passagem de uma frente fria pelo estado, provocando chuva em todas as regiões. Os modelos indicam acumulados de até 30 mm, mas que pontualmente podem ser maiores devido a possibilidade de temporais.
Nos demais dias, entre 23 de maio e 3 de junho, o predomínio será de tempo estável. Não há, até o momento, previsão de chuva significativa em Santa Catarina neste período.
A previsão para o trimestre maio, junho e julho é de precipitação abaixo da média para para o estado, principalmente no Meio-Oeste, o que caracteriza a permanência da estiagem no estado.
A gerente de Fiscalização de Saneamento da Aresc, Luiza Burgardt, reforça que o órgão regulador continua auxiliando no monitoramento, com atenção especial às regiões Oeste e Meio-Oeste. "Com a tendência de agravamento da estiagem , agora mais do que nunca, torna-se extremamente necessário auxílio da população através de atitudes conscientes quanto ao consumo de água ", finaliza.
Monitor de Secas
A nova atualização do Mapa Monitor de Secas, da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), referente ao mês de abril, publicada nesta semana, indicou piora da seca grave na região central e da seca moderada no Sul, além da intensificação da seca no Extremo Oeste, que passou de grave para extrema. Os impactos são de longo prazo no leste e, de curto e longo prazo, nas demais áreas.
O monitor de secas está presente nas cinco regiões do Brasil e conta com 19 estados participantes, incluindo Santa Catarina. Outras informações podem ser acessadas em monitordesecas.ana.gov.br ou pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível para dispositivos móveis com sistemas Android e iOS.