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Atalanta é referência ambiental

Além de o município sediar a Apremavi, escolas têm projetos ecológicos e são destaque nacional e estadual.

Atalanta é referência ambiental Projeto abelhas sem ferrão, polimize esta ideia. Na foto as alunas com a professora Rosane

 

O trabalho voltado à preservação ambiental desenvolvido ao longo dos anos, deu à Atalanta o título de Capital Ecológica de Santa Catarina, e atualmente, é chamada de “Cidade Jardim da Mata Atlântica”.

No município se localiza um dos maiores viveiros de mudas nativas do Brasil, o Viveiro Jardim das Florestas da Associação de Preservação do Meio Ambiente (Apremavi), com capacidade para produzir 1 milhão de mudas por ano.

Escola E.M.E.F. Ribeirão Matilde

Em 1999, a Escola de Educação Fundamental Ribeirão Matilde, deu o primeiro passo para educação ambiental. Neste ano foi implantado Bosque de Heildelberg, em parceria com a Apremavi e a ONG Alemã Bund Freunde der Erde, que patrocinaram duas mil mudas de árvores nativas do bioma da Mata Atlântica.

De lá pra cá, foram desenvolvidos projetos que tiveram destaque nacional, todos no âmbito ambiental. Dois desses projetos desenvolvidos participaram da Mostra Científica Sul-Brasileira Verde é Vida, que é promovido pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra).

O primeiro foi “Propriedade Rural, Organizar para Ficar Legal”, onde junto com a Apremavi, os alunos fizeram um panorama das propriedades rurais da comunidade, para saber quais delas estavam catalogadas e organizadas dentro dos parâmetros da Lei vigente ambiental.

“As que não estavam de acordo, a gente ajudou o proprietário, mediante explicação de folders e vídeos, a adequar a propriedade dentro da lei e poder usufruir melhor dela”, explicou a professora Rosane Jochem Herbst.

O outro projeto foi ainda mais amplo. De acordo com Rosane, foram catalogadas as nascentes da comunidade e visto quais delas tinham mata ciliar.

“Foi conversado com os proprietários, e onde permitiram, os alunos plantaram a mata ciliar com as mudas fornecidas pela Apremavi”, comentou.
Os alunos conheceram a primeira nascente do Rio Ribeirão das Pedras, que atravessa a comunidade, e foi feito plantio da mata ciliar ao redor dele.

“Inclusive no encontro dos rios Ribeirão das Pedras e o Araranguá, também efetuamos o plantio. Este projeto também teve destaque de renome nacional, com prêmio destaque da Mostra Científica, entre os três estados do Sul”.

Na 2ª Fase da Mostra Científica Regional do Programa de Ação Socioambiental da Afubra, desenvolvido pelo Projeto Verde é Vida no ano de 2017, em Rio do Sul, a escola foi classificada pelo Projeto “Da Escola para a Lichia”, para participar de 21 a 23 de março de 2018, na Expoagro, em Rio Pardo, no Rio Grande do Sul. O mesmo projeto será apresentado na Mostra Científica Sul-brasileira.

“Os alunos conheceram a planta exótica, na propriedade de Jaime Gutz aqui na comunidade. Foi feito alporquia e estaquia para produção de mudas e cada aluno vai levar uma para casa pra produzir a fruta”, completou Rosane.

No momento o que está com destaque, é o trabalho da horta. “Nós implantamos um canteiro float, para produzir mudas de verduras para a horta escolar. As mudas excedentes são doadas pras famílias dos alunos. Tivemos muito auxílio dos técnicos agrícolas e dos Engenheiros Agrônomos da prefeitura, que quinzenalmente nos deram orientações de como cultivar melhor as hortaliças e frutas”, contou.

Esse projeto participará da VI Feira Nacional de Matemática, em Rio Branco, no Acre, entre os dias 23 e 25 de maio.

Com ajuda dos pais, começou a construção de uma estufa na horta escolar pra o plantio de hortaliças durante o ano inteiro, como o tomate e morangos. “Vamos fazer uma irrigação por gotejamento dentro da horta escolar para facilitar e aumentar a produção”.

Em 2017, foram estudados os animais nativos que fazem a polinização das plantas. Um deles é a abelha sem ferrão. Os alunos conheceram os meliponicultores e adotaram uma família destas abelhas na escola. As crianças observam o trabalho delas no jardim da escola, em uma caixa de abelha com vidro ao redor para facilitar a visualização. Os alunos consomem o mel dessa abelha. Esse projeto teve participação em 2017, da 33ª Feira Catarinense de Matemática, em Criciúma.

Escola E.M.E.F. Vila Gropp

Uma das políticas da Escola Municipal de Educação Fundamental Vila Gropp, é a educação ambiental, que de acordo com os professores, é um processo de aprendizagem permanente, fundamentado no respeito à todas as formas de vida. A unidade tem baseado os trabalhos em prol deste tema e se tornou também um ponto de referência para o município.

O aluno Natan Nunes da Silva, de sete anos, futuro aluno do terceiro ano, diz que a educação ambiental é importante pois os professores ensinam que não se deve jogar lixo nas ruas. “Não podemos fazer queimadas e devemos proteger as nascentes, plantando árvores”, disse o pequeno.

Os alunos realizam estudo de campo com parceria da Epagri e Secretaria Municipal da Agricultura, também com a ajuda dos técnicos agrícolas e dos Agrônomos. Eles aprendem sobre a revirada do composto, poda e plantio de árvores frutíferas, conhecem na prática a cobertura de solo e produção de mudas por estaca, importância da cobertura verde para o solo, tombamento e mistura dos dejetos orgânicos, dentre outros projetos.

Assim como na Escola de Ribeirão Matilde, são os alunos que produzem a horta para consumo da escola. Outra ação, é a restauração das áreas degradadas nas propriedades rurais principalmente nascentes e matas ciliares. Em frente à escola, há uma área que antes era desmatada e foi reflorestada pelos alunos com ajuda de mudas fornecidas pela Apremavi.

Os educandos fazem produção de papel reciclado, possuem um grupo ambiental e têm outros projetos, como o recolhimento do óleo de cozinha para arrecadar fundos para escola. “Com o óleo é produzido sabão e biodiesel. Tudo isso nós aprendemos na nossa escola”, completou Natan.
Vila Gropp também participou da 2ª Fase da Mostra Científica Regional com três projetos e conquistou o troféu Gota Verde Afubra em 2017.

A partir do ano de 2018 a Escola vai oferecer ensino em período integral, com aulas de Educação Ambiental, de dança, jogos de mesa e de quadra, contação de história e teatro.

 

Por Elisiane Maciel

Diário do Alto Vale

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