Sábados, férias de julho e de dezembro deverão ser usados para fazer a reposição das aulas perdidas
Depois de 72 dias em greve, suspensa na última quarta-feira em assembleia realizada pelo Sinte-SC (Sindicato dos Trabalhadores da Educação), os professores da rede estadual de educação de Santa Catarina retornam nesta segunda (8) às salas de aula. Por causa da paralisação, os estudantes que ficaram sem aula durante este período terão que repor os conteúdos aos sábados e durante as férias de julho e de dezembro. O calendário será definido em cada escola.
Os professores decidiram suspender a greve para voltar a negociar com o governo do Estado. A primeira mesa de negociações acontece nesta segunda, quando será assinado o termo de acordo e definido o calendário das próximas negociações para discutir o novo Plano de Carreira do Magistério.
Segundo a assessoria da Secretaria de Estado da Educação, as atividades nas escolas que foram afetadas pela greve serão retomadas seguindo o calendário regular existente. Na quarta-feira, a secretaria publicará uma portaria com as diretrizes para reposição das aulas, após discussão com o Ministério Público de Santa Catarina e as Gerências Regionais de Educação de todo o Estado. A partir da portaria, cada escola, com diretores, professores e conselhos deliberativos, terá autonomia de organizar seu calendário até o fim do ano por meio destas diretrizes.
A Secretaria da Educação não tem um número exato de escolas paralisadas, mas durante a greve 28 unidades ficaram sem aulas. Segundo Luiz Carlos Vieira, coordenador estadual do Sinte, estas 28 escolas ficaram totalmente paralisadas, mas foram afetadas de alguma forma até 800 unidades das 1.111 do Estado. “Segunda-feira volta tudo ao normal e serão discutidos os critérios para as reposições gerais de cada escola”, diz.
“Quem não retornar, deverá arcar com as conseqüências”, diz coordenador do Sinte
A assembleia dos professores deliberou pela suspensão da greve após uma minuta de acordo proposta pela Secretaria da Educação, na qual o governo se compromete a negociar o Plano de Carreira do Magistério Público Estadual, com destaque para a descompactação da tabela salarial, critérios de progressão funcional, reajuste do plano nacional e revisão das gratificações. A proposta foi aprovada por 70% dos cerca de 3.000 professores que estavam presentes.
Segundo Luiz Carlos Vieira, coordenador estadual do Sinte, todos os trabalhadores que estavam em greve devem retornar ao trabalho nesta segunda-feira. “Quem não retornar, deverá arcar com as conseqüências, será decisão individual de cada um, mas o sindicato não será mais responsável por estas questões”, afirma.
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