O ex-governador Raimundo Colombo (PSD) foi absolvido pela Justiça Eleitoral de Santa Catarina da acusação de ter recebido doações ilegais do Grupo Odebrecht em campanhas eleitorais entre 2010 e 2014.
Na decisão, publicada nessa quinta-feira (23), a juíza eleitoral Margani de Mello apontou que não há provas de caixa 2. Colombo afirmou que se sente aliviado com a decisão e que agora terá uma vida nova.
De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público Eleitoral, o ex-governador teria recebido caixa 2 da construtora investigada pela Operação Lava Jato.
Quando em 2018 o político deixou o governo do Estado para se candidatar ao Senado e perdeu o foro privilegiado, o processo foi encaminhado para o Tribunal Regional Eleitoral em Florianópolis.
A juíza Margani Mello apontou em sua decisão de que “fortes indícios” e o “interesse público em punir condutas relacionadas à corrupção” não sustentam uma condenação sem prova concreta.
“Não há como rebaixar o padrão probatório mínimo e condenar o acusado com base em assunções e suposições, sob pena de deslegitimar o processo penal e as garantias constitucionais”, escreveu a juíza na sentença em que absolveu o ex-governador.
Raimundo Colombo, que foi eleito em 2010 e reeleito em 2014 para governar Santa Catarina, disse que esses últimos anos foram de sofrimento para ele e a família que passaram por momentos difíceis e constrangedores devido à acusação de corrupção.
“Estou bastante aliviado com o fim desse processo, que trouxe muito sofrimento. Aprendi com os meus pais a ter fé e foi isso que me sustentou. Isso ensina a gente ser tornar um ser humano melhor. Graças à Deus, estamos livres”, comentou.
Colombo ressaltou que durante o seu governo, Santa Catarina se desenvolveu e deixou de ser “o 0 da BR-101 – Entre o Rio Grande do Sul e o Paraná”.
“Nos anos que governei o Estado, tivemos a menor taxa de desemprego e de analfabetismo, não houve atrasos de salários, as obras não pararam, abrimos o mercado de exportação e Santa Catarina ficou competitiva”, elencou ao comentar sobre o seu legado para o Estado.
Retorno ao cenário
Com 40 anos de vida pública, Raimundo Colombo afirmou que pretende retornar ao cenário político, mas disse ainda não ter nenhum projeto.
“Por enquanto não tenho nenhuma expectativa a curto prazo. Nos últimos meses tenho me dedicado a estudar sobre essa transformação atual da sociedade. 2022 (ano de eleição majoritária) está em aberto. Não tenho nenhum projeto. Vamos ver o que vai acontecer”, concluiu.
Por Marcela Ximenes, São José
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