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SC deve tirar da gaveta programa japonês de contenção de cheias no Vale do Itajaí

SC deve tirar da gaveta programa japonês de contenção de cheias no Vale do Itajaí Obras já foram executadas na Barragem Sul em Ituporanga - Foto: Marcelo Bennert / Arquivo

 

O governo de Santa Catarina pretende tirar da gaveta projetos de prevenção a desastres, como cheias e deslizamentos, no Vale do Itajaí. São obras sugeridas por um programa da agência japonesa Jica após os desastres de 2008 e 2011. O secretário da Fazenda, Paulo Eli, que no governo Raimundo Colombo coordenou o programa, tem conversado com prefeitos e a Defesa Civil do Estado para resgatar obras que ficaram pelo caminho. Contribuem para o plano a situação do caixa estadual e a capacidade de endividamento do governo.

Algumas das obras do Projeto Jica já foram executadas. É o caso da sobrelevação das barragens de Taió e Ituporanga, no Alto Vale do Itajaí. Mas há outros que não foram adiante. O primeiro e mais adiantado na lista do Estado é a barragem de Botuverá. Ela seria capaz de reduzir o impacto das enchentes do Rio Itajaí-Mirim em Brusque e Itajaí e ainda contribuir para o abastecimento de água da região.

Ainda no Itajaí-Mirim, o plano prevê o alargamento e limpeza de toda a calha, obra estimada em R$ 300 milhões. Em Blumenau, a Jica propôs a construção de um túnel na Ponta Aguda para servir de canal extravasor do Itajaí-Açu quando ocorrem enchentes. Isso tiraria água do Centro da cidade. Também estão previstas obras de contenção de encostas. A região de Rio do Sul tem três novas barragens previstas, além do desassoreamento do rio.

 — Esse é um assunto que nunca esteve morto, mas fizemos o dever de casa e agora temos condições de resgatar projetos de alto custo — avaliou Paulo Eli.

O secretário também vem pedindo aos prefeitos do Vale que incluam projetos de drenagem, aqueles de menor porte, no Plano 1.000 — que prevê o investimento de R$ 1.000 por habitante nos municípios pelos próximos cinco anos. Intervenções mais caras dependem de dinheiro federal ou de financiamentos.

A Agência Internacional de Cooperação do Japão (Jica) colaborou com Santa Catarina por duas vezes, a primeira delas após as enchentes de 1983-84. Mas as obras ficaram de lado à medida em que o tempo passou.

Depois dos intensos deslizamentos de terra em 2008, na região de Blumenau, e das enchentes em Rio do Sul, em 2011, técnicos japoneses voltaram a colaborar com o Estado no desenvolvimento de soluções de longo prazo. Mas só uma parte foi adiante.

Enchentes acontecem, em média, a cada dois anos e meio na bacia do Itajaí-Açu. As de grande porte têm uma taxa de retorno de 25 anos. Já se passaram 10 anos desde a última.

 

Por Evandro de Assis

NSC Total

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