O frei do Sul de Santa Catarina que havia sido condenado a 20 anos de prisão pelo abuso sexual de duas crianças teve a pena aumentada para 26 anos e dois meses pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Isso ocorreu devido ao reconhecimento de um terceira vítima, crime do qual o padre havia sido absolvido em primeira instância. Nesta quinta-feira (29), a comarca de Forquilhinha deve decidir se o réu será encaminhado ao presídio ou se permanece em prisão domiciliar.
Paulo Back havia sido condenado em dezembro de 2012 a 20 anos de prisão em regime fechado por abuso sexual contra dois menores de 14 anos. Segundo o Ministério Público, o frei cometia abusos contra alunos que frequentavam a catequese, a maioria na faixa etária de 11 a 13 anos. Nos dois casos a que se refere a condenação, os delitos foram cometidos no ato da confissão religiosa que antecedia a primeira comunhão dos jovens.
Back ficou detido preventivamente no Presídio de Criciúma de julho de 2012 a novembro de 2013, quando foi para prisão domiciliar.
Na época da absolvição envolvendo a terceira vítima, o Ministério Público entrou com recurso, que resultou na decisão de aumento da condenação, divulgada nesta quarta (28). Consta nos autos que o religioso, geralmente durante a confissão que precede a primeira comunhão, puxava assuntos e questionamentos de cunho sexual com as crianças, preferencialmente meninos, passando a mão em seus órgãos sexuais.
Segundo as vítimas, a igreja sabia do que acontecia, mas que um outro religioso os havia instruído a não fazer alarde e nem duvidarem da "fé" do padre. Na defesa, o padre alegou falta de provas e que um dos garotos o havia denunciado em função de já haver rixa, pelo fato de um tio do menino dizer-se vítima do padre pelo mesmo motivo, apesar de nunca o ter denunciado. A escolha pela condenação foi unânime, segundo o Tribunal de Justiça. A decisão cabe recurso.
G1 SC