A situação das crianças e adolescentes é preocupante diante do avanço da variante Delta, 97% mais transmissível que o coronavírus original. A Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina) enviou alerta com medidas a serem adotadas e intensificadas nas instituições de ensino. As orientações, na íntegra, podem ser conferidas no fim da matéria.
As condutas vão desde regras para o uso de ventiladores até mesmo a reserva de salas para isolamento e o treinamento de profissionais (“pontos focais”) para conduzir as ações ao identificar alunos com sintomas gripais. Adolescentes de 12 a 17 começam a ser vacinados no dia 1º de setembro, mas ainda não há previsão para imunizar os pequenos.
O documento foi público nesta sexta-feira (27), e assinado pelo superintendente em Vigilância Pública, Eduardo Macário. Também assinam Lucélia Ribas Kryckyj, diretora de Vigilância Sanitária, e João Brancher Fuck, diretor de Vigilância Epidemiológica.
Eles destacam a confirmação da transmissão comunitária da Delta em Santa Catarina – quando não é mais possível identificar a origem. Dos 63 casos confirmados, 26 transmissões ocorreram dentro do Estado e sete foram importadas. Há ainda 30 casos em investigação.
Identificação de casos
Diante deste cenário, a Dive alerta para os protocolos que devem ser tomados frente aos casos suspeitos e confirmados. O órgão sugere que as escolas invistam em esforços para identificar e notificar as infecções. Os comitês municipais devem exigir que as instituições que ainda não homologaram o plano de contingência o façam sob risco de paralisação.
Os planos devem prever a comunicação de sintomas e o monitoramento diário de trabalhadores e alunos com síndrome gripal. Estas ações devem ser conduzidas por profissionais selecionados que devem ser treinados como pontos focais.
O estabelecimento deve disponibilizar “uma sala de isolamento para casos que apresentem sintomas de síndrome gripal” e promover o isolamento imediato, com supervisão de responsável. Com os pequenos, deve-se também comunicar imediatamente os pais. Um fluxo de saída da instituição pelos pacientes suspeitos deve ser definido pela escola.
Casos suspeitos e confirmados
A orientação é que os casos de síndrome gripal sejam afastados e encaminhados ao serviço de saúde. Aqueles confirmados com Covid-19 devem ficar fora das escolas por um período de dez dias após os sintomas e retornar após, pelo menos, 24h sem febre ou sintomas respiratórios.
Já as pessoas com infecções graves de Covid-19 devem permanecer afastadas por 20 dias após início dos sintomas. Assim como a situação anterior, só retornam após um dia inteiro sem sintomas. Quem teve contato próximo com os casos suspeitos ou confirmados deve ser afastado e monitorado. Caso apareçam sintomas, deve ser realizado teste após o quinto dia.
Entre os alunos de 0 a 6 anos, todo o grupo deverá ser afastado por 14 dias após caso suspeito ou confirmado. A Dive/SC ressalta que as barreiras de proteção coletivas são mais frágeis entre os pequenos.
As aulas deverão ser suspensas por até duas semanas em caso de surto de Covid-19. Eles ocorrem quando há pelo menos três ou mais infecções confirmadas na mesma sala ou ambiente dentro de um período de 14 dias desde o início dos sintomas do primeiro caso.
“Considera-se contato próximo todas as pessoas que tiveram contato direto com o caso suspeito ou confirmado por um período mínimo de 15 minutos sem utilizar as barreiras de proteção (máscara, distanciamento social de 1,0 a 1,5 m), ou que teve contato físico direto (por exemplo, apertando as mãos), ou que compartilharam materiais escolares, ou que fizeram lanches ou efeições próximos, ou que compartilharam assento próximo no transporte. Considerar o período de transmissibilidade entre dois dias antes e 10 dias após o início dos sintomas”, específica a nota.