Geral

Em Florianópolis, Serra nega aproximação com Temer e diz não ter como se posicionar sobre impeachment

Em Florianópolis, Serra nega aproximação com Temer e diz não ter como se posicionar sobre impeachment Serra disse serem imaginárias as especulações sobre sua aproximação com Temer (Foto: Felipe Carneiro / Agencia RBS)

Tucano também teve seu projeto de lei sobre a Petrobras criticado por manifestantes

De passagem por Santa Catarina nesta segunda-feira para cumprir uma agenda política e institucional, o senador José Serra (PSDB) concedeu uma coletiva de imprensa na Assembleia Legislativa, em Florianópolis. O tucano falou sobre a hipótese de impeachment da presidente Dilma Rousseff, do conturbado momento político e de uma possível aliança com o vice-presidente Michel Temer (PMDB).

O senador disse serem imaginárias as especulações sobre sua aproximação com Temer, rebatendo as informações veiculadas pelo jornal Folha de S. Paulo, que informou sobre a possibilidade do tucano se tornar ministro da Fazendo em caso do impeachment de Dilma. 

Ainda sobre o impeachment, Serra afirmou não ter condições ainda de se colocar a favor ou contra o pedido. Para ele, ainda é preciso que a Justiça eleitoral e o Tribunal de Contas da União (TCU) entreguem uma conclusão sobre o assunto para que o partido possa se posicionar.  

O encontro também foi marcado por um princípio de confusão dentro do Legislativo. Um grupo de manifestantes, que empunhavam uma faixa com “Fora Serra entreguista”, criticou o senador. Eles se diziam insatisfeitos com o projeto de autoria do parlamentar que desobriga a Petrobras em ter participação mínima de 30% no sistema de partilha da exploração do pré-sal. 

Serra chegou a discutir com os manifestantes, defendendo a necessidade “patriótica” do seu projeto diante dos escândalos de corrupção em que a Petrobras se vê envolvida. Após o tucano sair de cena, os manifestantes continuaram o bate-boca com aliados do senador, que acusavam o grupo de ter sido “pago pelo PT” para causarem tumulto.

O senador tucano ainda irá dar uma palestra na noite desta segunda-feira, no Terceiro Seminário de Desenvolvimento da Serra Catarinense, em Lages.

Leia abaixo a entrevista concedida a jornalistas em Florianópolis:

Em abril o senhor declarou que não havia irregularidades que garantiam o impeachment. Mudou alguma coisa? Acha que tem condições de impeachment?

Essa questão de impeachment depende de elementos da Justiça eleitoral e do âmbito do TCU. Nós estamos aguardando as conclusões e a partir disso veremos se haverá ou não desdobramentos. Agora, fica evidente a fraqueza do governo, que está muito atrás dos acontecimentos, e não tem conseguido se acertar nem internamente. Outro dia estava sendo votado uma proposta de emenda constitucional de impactos imensos do ponto de vista fiscal. A oposição votou a favor destes gastos, mas o partido do governo também, não apenas os partidos aliados. Isso indica uma fragilidade muito grande e incentiva discussões sobre a mudança do governo. Mas a democracia tem regras, não se afasta um presidente só porque está indo mal, é preciso documentos que comprovem. 

Que posição o PSDB vai defender nas manifestações que ocorrerão domingo?

Não vamos patrocinar nada, pois elas não dependem do PSDB. Essas manifestações não são montadas por partidos, elas têm um grau de espontaneidade inacreditável. o máximo que o PSDB pode fazer é anunciar, dizer que vai ter a manifestação, mais como um elemento de cooperação. Mas não há pretensão de patrocinar, pois não é um movimento partidário. Acho até que pegaria mal que os partidos queiram aparecer como patrocinadores. É um quadro geral de insatisfação. 

Especula-se que o senhor tem se aproximado do Michel Temes, e inclusive estaria de olha no ministério da Fazenda em caso de impeachment da Dilma. Isso é verdade?

Isso é imaginação. Depois de uma nota na imprensa eu preciso vir desmentir. Eu me dou bem com o Temer porque nos conhecemos há muito tempo. Nós temos uma amizade antiga. Ele inclusive me apoiou em 2002 e apoiou o Alckmin em 2006 até o PMDB mudar o seu atual esquema de alianças. Temos uma boa relação. O Temer não está conspirando em nem fazendo gabinetes futuros, não conversamos nada sobre isso. 

Rui Falcão (presidente nacional do PT) aconselhou juízo à oposição e a oposição parece dividida, alguns querem renuncia, outros impeachment. Qual o papel da oposição neste momento?

Quem precisa de juízo é o PT porque eles estão desajuizados. Ter mais juízo sempre é bom, e cabe à oposição também. Mas neste campeonato aí, quem precisa de mais juízo é o Rui Falcão e seus companheiros. Agora digo, se alguém souber o que vai acontecer daqui pra frente, é que está por fora. Porque hoje há variáveis autônomas que ninguém sabe no que vai resultar. A Operação Lava-Jato tem novidade todo o dia. Certas coisas não têm caráter governamental. No geral, a história está cheia de coisas improváveis, de acidentes. 

Quando será o momento oportuno para se falar sobre as candidaturas de 2018?

Quando chegar perto de 2018, porque complica você começar a discutir agora quem será candidato. Isso para política é terrível. O que está na agenda agora é a eleição do ano que vem, inclusive aqui em SC. 

PSDB teve o candidato à presidência (Aécio Neves) mais votado aqui em SC em 2014. Por outro lado, o candidato tucano ao governo (Paulo Bauer) perdeu em primeiro turno. Como vê a situação do partido em SC?

Espero que continue a predominância de presidenciáveis do PSDB por aqui. Nós temos nomes excelentes para concorrer ao governo do Estado também. Agora esse quadro vai se definir pela frente, que se torna mais complexo agora com o falecimento prematuro de Luiz Henrique da Silveira, que era uma grande liderança, uma peça que pressupunha um certo arranjo. O quadro vai ter que se definir. Temos nomes bons como o Paulo Bauer, por exemplo. O LHS, vamos ser francos, ia sair como candidato. Estou aqui especulando com o que não aconteceu.

Diário Catarinense 

 

Outras Notícias