As obras de sobrelevação das barragens Sul, em Ituporanga, e Oeste, em Taió, passaram por uma visita técnica da Defesa Civil nesta quinta-feira. No próximo dia 17, às 13h, as melhorias nas estruturas serão inauguradas oficialmente em uma cerimônia em Ituporanga, que contará com a presença do governador Raimundo Colombo e do presidente Michel Temer.
As duas estruturas de contenção de águas da Bacia do Rio Itajaí tiveram ampliação da capacidade de armazenamento de água. Elas tiveram a altura elevada em dois metros, tanto no barramento lateral quanto no vertedouro, por onde a água cai quando a barragem atinge o limite máximo.
Em Ituporanga, que recebeu visita pela manhã, o potencial de armazenagem passou de 93,5 milhões para 110 milhões de metros cúbicos, 18% a mais. Em Taió, vistoriada à tarde, a capacidade foi de 83 milhões para 99,3 milhões de metros cúbicos – 50 Maracanãs cobertos com água, segundo a Defesa Civil de SC. Um ganho operacional de quase 20%.
Para efeitos práticos, o secretário de Estado de Defesa Civil, Rodrigo Moratelli, explica que, em uma situação de chuva como a da enchente de 1983, o reforço na estrutura pode representar um nível de rio até 1,5 metro mais baixo em Rio do Sul. Em Blumenau, segundo o secretário, o impacto depende ainda da distribuição da chuva na região e de outros instrumentos de melhorias fluviais projetados pela Defesa Civil, mas com a sobrelevação das duas barragens também pode haver de 45 centímetros a um metro a menos de alagamentos em situação de cheias.
— As obras já estão em operação plena desde outubro, quando foram concluídas todas as concretagens. A sobrelevação é importante porque aumenta a capacidade de armazenamento, mas mais importante é o novo canal extravasor, que permite o esvaziamento em sete dias, em uma situação sem chuva, metade do que levava antes — pontua o secretário.
Juntas, as obras de sobrelevação custaram aproximadamente R$ 59 milhões, com recursos do Ministério da Integração Nacional e valores de projeto e desapropriações custeados pelo Estado. Os trabalhos estavam previstos para durar um ano e meio, mas acabaram levando quase três anos. As obras fazem parte de um plano estadual de contenção de cheias que inclui ainda a construção de radares meteorológicos, equipamentos fluviais e outras seis microbarragens no Alto Vale.
Jornal de Santa Catarina