Com a UTI 100% ocupada e 80% dos pacientes com problemas respiratórios, o Hospital Bom Jesus (HBJ) de Ituporanga pede a compreensão da população sobre a importância de procurar o Pronto Socorro apenas em situações de urgência ou emergência. A orientação foi feita pelo administrador da unidade, Fabiano Amorim.
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De acordo com o administrador, o volume de pacientes no Pronto Atendimento ultrapassou os níveis normais, o que tem dificultado a triagem e o manejo de casos graves.
Muitos dos atendimentos, segundo ele, poderiam ser realizados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). “Febre de um ou dois dias, dores crônicas e infecções iniciais devem ser tratadas nas UBS. O Pronto Socorro deve ser procurado apenas em casos como falta de ar intensa, dores abdominais agudas ou suspeitas de fratura”, explicou.
Além do risco de superlotação, Amorim alertou que pacientes com sintomas leves podem ser expostos a vírus respiratórios circulantes no ambiente hospitalar, agravando quadros de saúde.
Como funcionam as transferências para UTIs
Com os leitos de UTI ocupados, pacientes têm sido transferidos para outras cidades. O HBJ integra a rede do Sistema Único de Saúde (SUS), o que permite a realocação conforme a disponibilidade regional. A equipe médica envia relatórios diários aos auditores do SUS, que avaliam o estado clínico dos pacientes e indicam possíveis altas.
A ampliação da UTI, no entanto, não é viável no curto prazo pois seriam necessários mais de 40 profissionais qualificados, especialmente médicos com titulação específica. Apesar disso, já existe um plano futuro para construção de uma nova ala com até 20 leitos.
HBJ registra baixo índice de reclamações
Fabiano destacou que a cultura local ainda leva muitas pessoas a preferirem o Pronto Socorro, por oferecer exames imediatos e atendimento 24 horas. Porém, ele frisou que existe um protocolo de triagem estadual, baseado em risco clínico, e que o HBJ segue todas as diretrizes. “O risco iminente de morte ou lesão irreparável define a prioridade no atendimento”, explicou.
O hospital realiza de 2.500 a 3.000 atendimentos por mês e registra baixo índice de reclamações. “A maioria das queixas vem de casos não urgentes. Ninguém com classificação de urgência ou emergência reclamou do tempo de espera”, afirmou.
Ouça a reportagem de Berta Thiesen na íntegra.