Embora questões administrativas da Assembleia Legislativa após a mudança de comando sejam a pauta oficial do encontro, os olhos da política estadual se voltam nesta quarta-feira para o almoço conjunto das bancadas do PMDB e do PP.
É entre os deputados estaduais peemedebistas que existe menor resistência em relação à presença dos dois partidos na chapa em apoio à reeleição de Raimundo Colombo (PMDB). O almoço serviria para traçar as estratégias para confirmação da união, que é rejeitada pela cúpula do PMDB, especialmente pelo senador Luiz Henrique e o vice-governador Eduardo Pinho Moreira.
O almoço foi confirmado na semana passada, quando o presidente da Assembleia, Joares Ponticelli (PP), demonstrou interesse de realizar reuniões com os líderes de bancadas para informar suas ações no comando da Casa – sucedendo Romildo Titon (PMDB), afastado do cargo por decisão judicial e licenciado do mandato. O líder do PMDB, Moacir Sopelsa, sugeriu que o pepista conversasse com as bancadas completas.
Ambos ratificam a versão de que o encontro tratará de temas administrativos, mas admitem que a polêmica aliança entre PMDB e PP deve fazer parte do cardápio. Ponticelli ressalta que o entendimento das bancadas é importante, mas que a aliança precisa ser construída além delas.
– Queremos construir uma aliança coordenada pelo PSD e que envolva todos os partidos que apoiam o governo, incluindo o PMDB – afirma o pepista, que é pré-candidato ao Senado.
Sopelsa defende que nenhum partido seja vetado na construção da coligação de Colombo e antecipa o discurso que deve ser levado às lideranças que rejeitam a composição.
– Se a vaga de senador for do PMDB, nós vamos defender isso. Mas se essa vaga será utilizada para trazer outro partido para a aliança, não tenho nenhum problema de que fique com o PP – afirma o líder.
Existe expectativa entre aliados de que o almoço da bancada sinalize uma posição conjunta das bancadas peemedebista e pepista em relação à aliança. Mas existem resistências na bancada do PMDB, como Mauro de Nadal e Valdir Cobalchini.
– Eu não vou desautorizar o líder do PMDB, que é também o meu líder. Esse líder é Luiz Henrique – diz Cobalchini, que não vai participar do almoço com os pepistas por ter outro compromisso agendado.
DIÁRIO CATARINENSE