Política

Vereador do MDB confirma que prefeito de Ituporanga ofertou cargos em troca de votos para que CPI do lixo não fosse aberta

Com a afirmação vereador deixa de ser relator e passa a ser testemunha na CPI que investiga as possíveis irregularidades na coleta de lixo na cidade.

Vereador do MDB confirma que prefeito de Ituporanga ofertou cargos em troca de votos para que CPI do lixo não fosse aberta O vereador Claudinei Eyng, o "Beleco" (MDB) (Foto: Divulgação)

 

As sessões da Câmara de Vereadores de Ituporanga tem seguido movimentadas por conta das investigações que estão em andamento com relação a possíveis irregularidades na administração da Capital da Cebola. Na noite de quarta-feira, 06, o vereador Claudinei Eyng (MDB) afirmou que recebeu proposta, do prefeito Osni Francisco de Fragas (PSDB), de cargos e dinheiro,  em troca de votos dos vereadores da sigla para que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que foi instaurada no dia 25 de fevereiro não fosse aprovada.

As suposições de que o vereador e presidente do MDB havia sido chamado para essa conversa com o prefeito estavam sendo ventiladas há alguns dias e o vereador acabou sendo questionado durante a sessão pelo presidente da casa Adriano Coelho (PP). “Notória a tentativa do senhor prefeito interferir na CPI, como o que aconteceu com o vereador Beleco. O vereador deveria chegar aqui e dizer, o prefeito me chamou e me ofereceu dinheiro para eu não votar na CPI.  O senhor não falou aqui na tribuna, mas deveria ser “cocudo” e falar aqui. Fez ou não fez a proposta? A gente tem que assumir”, cobrou o presidente. 

De imediato o vereador respondeu ao questionamento a ele feito, e confirmou que sim, que o partido o MDB recebeu as devidas propostas. “Tenho vergonha de ter um prefeito aqui em Ituporanga que me propôs isso. Oferecendo cargos, secretarias e dinheiro para que eu votasse contra a CPI. Não tenho vergonha não, sou “cocudo”, como diz o senhor presidente, e admito isso, não posso é me omitir disso. Quero justificar a sociedade isso, não me vendo maneira nenhuma, e vou ainda comentar disso nessa casa mais tarde”, afirmou na sessão.

Para o presidente Adriano Coelho (PP) essa interferência do executivo nos trabalhos do legislativo é muito ruim, até porque um voto na câmara pode mudar todo o andamento dos trabalhos. “Está ficando inaceitável a permanência do prefeito na administração, não to dizendo que precisa caçar ele, primeiro vamos ver, botou a mão, ai sim, é tirar da prefeitura de forma definitiva. Mas no momento ele deveria pegar umas férias e se afastar”, ressaltou o presidente.

A partir da confirmação do vereador Beleco sobre as propostas do prefeito Lorinho para tentar atrapalhar a votação da CPI,  Claudinei Eyng que era relator da CPI, acabou pedindo afastamento da Comissão, tendo em vista que passará a ser testemunha e irá ser chamado para depor dentro da CPI. A saída de Beleco da CPI, foi confirmada na tarde de sexta-feira, 08, antes do inicio da segunda reunião para que a comissão ouvisse depoimentos de demais testemunhas para esclarecer as denuncias de possíveis irregularidades na coleta de lixo no município de Ituporanga. Com a saída de Beleco, a relatoria da CPI, vai ficar sob a responsabilidade do vereador Édio Fernandes, o Edinho do MDB. 

Com a alteração a Comissão Parlamentar de Inquérito passa a ser composta da seguinte forma: presidente Leandro Heinzen (PSDB), relator Édio Fernandes (MDB) e membros, Marcelo Machado (PP), Jaime Roberto Sens (PSDB) e Diogo Gastaldi (MDB).

Sobre a CPI

A CPI foi instaurada no dia 25 de fevereiro e foi aprovada por unanimidade, com o apoio dos 11 vereadores. A comissão investiga suposto desvio de dinheiro público na administração de Ituporanga, levando em conta divergências constadas entre a quantidade de lixo supostamente recolhida na cidade pela empresa Say Muller e a quantidade de material encaminhada ao destino final. A denúncia feita pelo vereador e ex- secretário de urbanismo Leandro May (PSDB), aponta que somente no mês de janeiro a diferença foi de 85 toneladas, o que em valores daria prejuízo aos cofres públicos de pelo menos R$ 30 mil. A expectativa é que os trabalhos de investigação sejam concluídos em um prazo de 90 dias.

 

Por Assessoria de Comunicação

Câmara de Vereadores de Ituporanga

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