A Justiça Eleitoral de Rio do Sul decidiu na segunda-feira (12) pela cassação, perda do mandato e a inexigibilidade de cinco políticos em exercício na administração pública de Laurentino, no Vale do Itajaí. Eles foram condenados por um esquema de facilitação de emissão de carteiras de motoristas em troca de votos, investigado na Operação CNH, em 2016.
A decisão cabe recurso no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC). O G1 SC tentou contato com a defesa dos relacionados no processo, mas apenas um deles respondeu desta notícia.
Foram condenados o prefeito Gilberto Marchi (PSDB), o vice Vitor Nardelli (PSDB), os vereadores Tânia Aparecida da Silva Schlemper (PSL) e Ademilson Campestrini (PSDB), além do suplente Armelindo Tonet (PSD). A decisão foi do juiz eleitoral Geomir Roland Paul, da 102ª Zona Eleitoral de Rio do Sul.
Ainda conforme os autos, depois que se esgotarem os recursos e se a condenação for mantida, devem ser definidas novas datas de eleições em Laurentino. O mesmo vale para a aplicação da cassação e perda de mandato dos réus, que ainda podem recorrer.
Conforme a decisão, os cinco devem ficar inelegíveis pelos próximos oito anos, a contar as eleições de 2016, ou seja, até 2022. Outros seis políticos também ficam proibidos de concorrer a se candidatar no mesmo período: Scharles Davico Schlemper, Scharles Davico Schlemper Filho, Patrícia Pereira Batista, Jairo Bonezzi, Alex Perin Abércio Uller e Ildo José Cani.
Prefeito e vice ainda devem pagar uma indenização de 30 mil UFIR, unidade judiciária, que dá cerca de R$ 98 mil para os dois. Os três vereadores ainda devem pagar uma indenização a Justiça de 10 mil UFIR cada, R$ 30 mil. Scharles Davico Schlemper e Scharles Davico Schlemper Filho devem pagar 20 mil UFIR, R$ 40 mil.
O juiz ainda absolveu, por "insuficiência de provas robustas", os réus Elcio Luiz Bonacolsi, Osnildo Pedro Schmidt, Claudio Tonet e a Coligação "A Mudança na Mão do Povo". Eles também eram investigados no esquema.
Operação
A operação apurou irregularidades na Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Rio do Sul, logo depois da eleição municipais de 2016. Na época, foram e cumpridos mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão em Laurentino e Rio do Sul.
Os crimes contra a administração pública envolveram servidores do Ciretran de Rio do Sul e os políticos.
Outro lado
O advogado Luiz Righetto, que defende Scharles Davico Schlemper e Scharles Davico Schlemper Filho, disse que discorda da decisão e que vai recorrer em instância superior.
Odair Kroehnke responde pela defesa Claudio Tonet, que foi absolvido, e preferiu não se manifestar sobre a decisão. A reportagem ainda tentou os escritórios de advocacia de Edson Luis Zanis, Juliano Andreso Paese, Jonas Alexandre Tonet e Jean Christian Weiss, mas não obteve retorno.
Por G1 SC