Desde a década de 1970, grandes obras, como barragens, foram construídas para tentar conter as cheias no Vale do Itajaí. Construções continuam sendo feitas na região, como mostrou a série "Desafios do Clima" nesta quinta-feira (1º).
Primeiramente, dois paredões foram erguidos no alto do Vale. Um para conter as águas do Rio Itajaí do Oeste e outro do Itajaí do Sul. Eles deságuam no rio que mexe com toda a região, o Itajaí-Açu.
Porém, essas duas barragens não foram suficientes para conter uma das piores enchentes do estado, a de 1983, quando 49 pessoas morreram na região.
Dez anos depois, foi construída uma nova barragem, a do Rio Itajaí do Norte, que segura a mesma quantidade de água que duas de Taió e mais duas de Ituporanga juntas.
Mais obras
Mesmo assim, a construção não foi suficiente. O secretário de Defesa Civil do estado, Milton Hobus, explicou que "nós teríamos que controlar mais rios e ter mais estocagem de água. Só essas barragens não eram suficientes".
Para a realização de mais obras, o estado contratou japoneses, que são mestres em desastres naturais, para estudar e propor soluções para o Vale do Itajaí.
Especialistas montaram projetos e assim nasceu um de pequenas e grandes obras para a região. Os trabalhos começaram há dois anos com uma incrementação nas barragens de Taió e Ituporanga.
Os operários vão encaixar barras de aço em furos no paredão e depois despejar o cimento até o topo. Assim, poderão aumentar a altura da barragem.
Aumento de altura de barragens
No Rio Itajaí do Sul, essa etapa está pronta. Quando tinha 29 metros de altura, a barragem de Ituporanga represava 93 milhões de metros cúbicos de água. Agora, a construção tem 31 metros de altura.
Esse novo pedaço de cimento segura mais de 20 milhões de metros cúbicos, o equivalente a 25 estádios do Maracanã cheios de água.
A obra já passou por quatro situações que a puseram à prova. Uma delas no último final de semana de setembro deste ano. A água só não verteu por causa da elevação.
Túnel
Outra obra que visa conter as cheias é um túnel que vai funcionar como uma válvula de escape com 260 metros de comprimento. Ele tem 6 metros de altura por 6 de largura.
A ideia é passar mais água do que nas cinco comportas da barragem do Rio Itajaí do Sul juntas. É para situações de emergência. Um canal em Taió também está sendo feito com essa mesma função.
As duas barragens devem custar R$ 60 milhões. O dinheiro vem do Ministério da Integração. As obras deveriam ter ficado prontas em julho, mas estão atrasadas.
"É uma obra difícil. Você teve que mudar projeto, você teve que alterar a construção e, aqui especificamente em Taió, nós tivemos, nas chuvas de maio a julho, praticamente um mês e meio de perda de obra", explicou o secretário da Defesa Civil .
Caso o tempo ajude, tudo deve ficar pronto até novembro, garantiu Milton Hobus.
G1SC