Enfim, foi definida a punição a Neymar pelos incidentes do confronto contra a Colômbia, na última quarta-feira: quatro partidas de suspensão. No final da tarde desta sexta-feira, o Tribunal de Disciplina da Conmebol puniu o atacante de forma dura e o tirou da Copa América. Além do castigo, ele recebeu ainda uma multa de US$ 10 mil.
A decisão, no entanto, cabe recurso, a partir deste sábado. O departamento jurídico da CBF dependerá da decisão do equatoriano Guillermo Saltos, presidente da Comitê de Apelação da Conmebol, para tentar reduzir a pena.
Outro atleta envolvido no episódio, o colombiano Carlos Bacca pegou dois jogos de suspensão, além de uma multa de US$ 5 mil.
O uruguaio Adrián Leiza, vice-presidente do tribunal de disciplina da entidade máxima do futebol sul-americano, foi o responsável por conduzir o caso ao lado do boliviano Alberto Lozada. O brasileiro Caio Cesar Rocha, que comanda o órgão, e colombiano Orlando Morales ficaram de fora do caso por envolver os seus países, assim como o chileno Carlos Tapia - o árbitro Enrique Osses nasceu no país sede da Copa América.
A CBF teve até o meio-dia desta sexta-feira para enviar em sua defesa.
A entidade reclamou que o 'abuso de autoridade' do juiz Enrique Osses, do bandeirinha Carlos Astroza e até mesmo do quarto árbitro Néstor Pitana desestabilizaram Neymar durante a partida. A acusação foi feita com base em relatos da comissão técnica e do próprio jogador.
Ele relatou ter sido chamado por diversas vezes de 'piscinero', em alusão em espanhol à sua fama de 'cai-cai'.
Neymar foi expulso na última quarta-feira, logo após o apito final na derrota para a Colômbia, por 1 a 0, no Estádio Monumental, em Santiago. Ele tentou dar uma cabeçada num adversário e trocou empurrões com os colombianos. Antes, ele já havia recebido o cartão amarelo, o seu segundo no campeonato.
A Conmebol fez confusão no caso e anunciou por mais de uma vez versões contraditórias sobre a suspensão do craque.
A súmula assinada pelo árbitro chileno fala da confusão, o chute de Neymar na direção do colombiano Pablo Amero, do empurrão de Carlos Bacca e do craque brasileiro esperando Enrique Osses no vestiário.
O técnico Dunga admitiu na última quarta-feira que situações extracampo podem estar afetando o comportamento de Neymar. O atleta, seu pai e o Barcelona são investigados na Justiça da Espanha por suposta fraude em sua saída do Santos, em 2013. O agente do atacante, Wagner Ribeiro, nega que ele esteja nervoso e culpa a 'ciumeira' dos adversários.
No Chile, a sua postura é criticada por veículos locais, que o chamam de "insuportável" e "mimado".
A pena vale somente para a Copa América e, em caso de recurso, não poderia ser reduzida para menos de três partidas.
ESPN