A avaliação de como está comercialização do fumo nos três Estados do Sul, a análise da qualidade da safra e também dos reais motivos de descontentamento por parte dos produtores foram os principais assuntos da pauta da reunião, que foi realizada ontem, dia 23, na sede da Federação dos Trabalhadores na Agricultura em Santa Catarina, a Fetaesc, localizada na cidade de São José.
O encontro contou com a participação, das Federações dos Trabalhadores na Agricultura e das federações da agricultura dos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, alem Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e empresas fumageiras.
Os assuntos foram abordados durante todo o dia, e as reuniões enceraram por volta das 18 horas da tarde.
A maioria das empresas assinou o protocolo que estabelece um reajuste de 10% a ser aplicado sobre a tabela safra 2008/2009, última resultante de acordo. A Universal Leaf e Alliance One justificaram a não assinatura do protocolo por questão de sustentabilidade financeira, alegaram não poder seguir esse percentual de reajuste, mas garantiram a manutenção da tabela de preços praticada na safra 2009/2010.
Alem disso, todas as empresas se comprometeram em cumprir os demais itens do protocolo firmado com a Comissão: compra de toda a safra contratada; pagamento em quatro dias úteis; pagamento do frete e do seguro da carga; aval dos financiamentos; fornecimento de insumos e assistência técnica e fiscalização da classificação por órgãos oficiais e o acompanhamento da classificação das entidades que assinaram o acordo.
As empresas fumageiras se comprometeram também em receber toda a produção contratada dos agricultores interessados em comercializar, inclusive com respaldo judicial, se necessário. Também informaram que estão atendendo a reivindicação da Comissão Interestadual dos Produtores da revisão da estimativa de produção, tendo em vista o aumento significativo da produtividade nesta safra.
Como na reunião as empresas firmaram um acordo, se comprometendo em reavaliar os critérios de classificação, de acordo com o presidente da Festaesc, Hilário Gottselig cabe agora aos produtores ficarem atentos as irregularidades.
Relacionado aos manifestos realizados na região sul do estado Santa Catarina, onde produtores pararam e impediram a entrada de fumo em algumas empresas fumageiras, Hilário afirma que a federação apóia sim protestos com a finalidade de reivindicar mudanças e melhorias para a classe, mas repudia manifestações que tenham conotações políticas.
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de tabaco, perdendo apenas para a China e 87% da produção nacional é exportada. Somente em Santa Catarina, 55 mil produtores sobrevivem do cultivo do fumo.
Por Adriane Rengel