Dados atualizados até o dia 16 de março, sábado passado, mostram que o número de casos de dengue contraídos dentro de Santa Catarina dobrou em apenas uma semana. Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive/SC), o número de diagnósticos passou de 14 para 28. O registro de casos importados, ou seja, catarinenses picados pelo mosquito Aedes aegypti fora do Estado também aumento, passando de 12 para 17 no mesmo período.
Desde o dia 30 de dezembro, data em que começou o monitoramento semanal, a Dive/SC já notificou 929 casos de dengue, sendo que 51 foram confirmados — um caso ainda não se sabe se é autóctone ou importado e outros 5 estão em investigação. Outros 532 casos foram descartados. Há ainda 324 suspeitos e 22 cujo resultado dos exames foram inconclusivos.
De acordo com o gerente de Zoonoses, João Fuck, o aumento no número de casos autóctones em SC se deve, principalmente, às condições favoráveis para a proliferação do mosquito, como calor e chuva.
— Mais uma vez reforçamos que a população precisa ajudar no controle dos focos do mosquito. Recipientes que podem conter água precisam ser vistoriados e eliminados corretamente. Importante também observar a vedação das caixas da água e manter as calhas limpas — alerta.
Florianópolis concentra maior número de casos
O maior volume de casos autóctones (transmissão dentro de SC) foi observado em Florianópolis (7) — alguns dos pacientes moram em Biguaçu e São José, mas contraíram a doença na capital. Os demais casos foram registrados em Balneário Camboriú (3), Cunha Porã (3), Itapema (3), Camboriú (2), Itajaí (2), Joinville (2), Porto Belo (2). Quatro casos tem local de possível infecção indeterminado.
Os pacientes dos casos importados são moradores de Blumenau, Brusque, Florianópolis, Itajaí, Joinville, Palmitos, Santo Amaro da Imperatriz, Seara e Xanxerê. Segundo a Dive/SC, os possíveis locais de transmissão são São Paulo, Pará, Acre, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Minas Gerais.
Total de municípios infestados sobe para 79
Os dados do último levantamento da Dive/SC também mostram que o número de cidades consideradas infestadas pelo mosquito da dengue subiu de 77 para 79. Do último boletim para a atual pesquisa, houve a inclusão de Abelardo Luz e Jaraguá do Sul. Ao todo, desde de dezembro até o dia 16 de março, já foram identificados 9,4 mil focos do mosquito em 155 municípios.
Comparado ao mesmo período de 2018, quando foram identificados 5.709 focos em 123 municípios, houve um aumento de 65,9% no número de focos identificados. Já com relação ao total de municípios considerados infestados, houve alta de 21,5% em relação ao mesmo período de 2018, quando 65 cidades estavam nesta condição.
Febre de chikungunya
No período de 30 de dezembro de 2018 a 16 de março de 2019, foram notificados 120 casos de febre de chikungunya em Santa Catarina. Desses, apenas um foi confirmado pelo critério laboratorial, 34 foram descartados e 85 permanecem como suspeitos. O único caso importado confirmado até o momento é residente do município de Florianópolis, com local de provável infecção no Pará. Em comparação com o mesmo período de 2018, foram notificados 120 casos de febre de chikungunya e confirmados três casos autóctones e quatro importados.
Zika vírus
Também entre dezembro do ano passado e 16 de março de 2019 foram notificados 29 casos de zika vírus no Estado. Desse total, 12 foram descartados e 17 permanecem como suspeitos.Na comparação com o mesmo período de 2018, quando foram notificados 34 casos, houve redução de 15% na notificação (29).
Por Larissa Neumann
NSC Total