Política

“O Alckmin serve para que? ” Indaga Rafael Pezenti sobre atraso do governo federal para aprovação de orçamento

Deputado aponta demora do governo federal como principal causa de crise no agronegócio

“O Alckmin serve para que? ” Indaga Rafael Pezenti sobre atraso do governo federal para aprovação de orçamento Rafael Pezenti e Geraldo Alckmin. Foto: Reprodução / Portal Making Of / EBC Agência Brasil

O deputado federal Rafael Pezenti, do MDB, rebateu a fala de Ana Paula Lima durante o Café com João, da Rádio Sintonia. Na ocasião, ela disse que a culpa da demora na liberação de recursos do governo federal para o agronegócio era da Câmara dos Deputados. Ouça aqui.

Segundo Rafael, os agricultores seguem sem acesso ao crédito rural, mesmo com o orçamento da União aprovado há meses. Para o parlamentar, o Palácio do Planalto falha na articulação com sua base e prefere culpar o Congresso pelos atrasos.

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Apesar de a deputada federal Ana Paula Lima (PT) afirmar que o problema está no Legislativo, o deputado contesta. De acordo com ele, o orçamento foi votado em 20 de março, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva só sancionou a lei quase um mês depois, quando retornou de uma viagem ao Japão.

 

Governo sancionou orçamento com atraso, afirma deputado

Ainda conforme o parlamentar, o vice-presidente Geraldo Alckmin poderia ter sancionado o orçamento na ausência de Lula, mas não o fez. “O Alckmin serve para que? Ele estava com a caneta na mão e não sancionou. Demorou quase um mês para sancionar”, afirmou.

A aprovação da peça orçamentária, segundo ele, foi atrasada pelo senador Ângelo Coronel (PSD), aliado do governo, que demorou a apresentar o texto final. Ele também criticou a demora na liberação dos recursos, mesmo após o Congresso autorizar a medida provisória que destinou R$ 4,1 bilhões ao plano Safra.

“Se não havia dinheiro, como o governo encontrou mais de quatro bilhões de reais para o agro depois da pressão?”, questionou o deputado. Ele classificou a ação como “mais um caso de propaganda sem entrega”, já que muitos produtores ainda não conseguiram acesso ao crédito do Pronaf, especialmente para investimentos.

 

Agricultores seguem sem acesso a recursos do Pronaf

O deputado relatou ter sido procurado por agricultores em cidades como Petrolândia, Atalanta e Ituporanga, todos enfrentando dificuldades para obter crédito. “Eles têm projetos no Banco do Brasil, mas o dinheiro não chega. Para custeio, há apenas migalhas, e o Pronamp está parado”, afirmou.

Ele reforçou que, embora muitos agricultores da região tenham apoiado Lula e Dilma no passado, hoje se sentem abandonados. “Se o presidente quiser, ele consegue se comunicar com esse público. Mas até agora não o fez, e isso pode ter consequências políticas”, alertou.

 

Parlamentar também criticou atuação de fiscais do trabalho

Durante a entrevista, o deputado mencionou ainda ações de fiscalização do Ministério do Trabalho em propriedades rurais da região. Ele classificou as visitas como “abusivas” e disse que houve casos de fiscais invadindo casas e destruindo plantações. Além disso, criticou a deputada Ana Paula Lima por apoiar as fiscalizações e por não se posicionar a favor dos produtores.

“Ela poderia defender os agricultores que lutam para pagar sua terra. Mas prefere se manifestar a favor do MST”, disse, chamando o movimento de “terrorista”.

 

Ouça o trecho da entrevista com João Sérgio.

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